quarta-feira, 16 de outubro de 2013
Leituras
«O OE de 2014 é herdeiro de uma famosa carta enviada pelo Governo à troika, ainda no consulado do anterior Ministro das Finanças. Mas sem personalidade. Do programa do PSD "para além da troika" de 2012, ao "enorme aumento de impostos" de 2013, segue-se agora algo sem nome, envergonhado e que se deu a conhecer aos soluços. (...) Se o erro económico e financeiro é fácil de detectar, mais difícil é compreender as suas origens. Há dois anos, podia-se falar de excesso de zelo e incompetência teórica; há um ano, já só se podia falar de interesses financeiros instalados. E este ano? Este ano apenas se vêem pessoas erradas, com poder e sem capacidade de mudança. O erro banalizou-se.»
Pedro Lains, «O terceiro orçamento de Vítor Gaspar»
«Os anteriores OE cumpriram um objectivo: desvalorizaram o trabalho, aceleraram o desmantelamento do Estado Social, convulsionaram compromissos sociais básicos, colocaram os fracos em situação de maior fraqueza, retirando-lhes a esperança e asfixiando-lhes as expectativas, e impuseram a convicção ideológica de que a vida é um assunto de mercados. (...) Hoje, as pessoas comuns sabem com clareza laboratorial como não funciona uma economia: não funciona com crueldade salarial e fiscal e destruição da procura interna (...) que, sendo destruída, destrói a economia. E, com ela, a sociedade. (...) A alternativa a tudo isto existe e tem várias dimensões. Uma delas é um compromisso de estabilização salarial e de reposição de níveis mínimos de justiça social que quebre o vício destruidor instaurado.»
José Reis, «Os liliputianos: "não fazem por menos - tornam-se fatais"»
«Todo o discurso sobre o "novo ciclo" resume-se, afinal, ao seguinte: o "novo ciclo" é igual ao anterior, mas em pior. Em pior por duas razões: porque estas medidas vão fazer regressar a espiral recessiva e agravar a situação no mercado de trabalho; e porque, nesta "nova" fase, o governo reforçou o clima de autofagia nacional. Ao invés de mobilizar os seus cidadãos contra uma política que condena o País à servidão, o Governo prefere fomentar um clima de guerra civil: pobres contra remediados, pobres e remediados contra a classe média, trabalhadores contra pensionistas, público contra privado, novos contra velhos, etc. É a luta de classes, mas ao contrário: não constrói laços entre as pessoas, corrói os que existem; não aproxima ninguém, antes explora o ressentimento e a inveja. Aconteça o que acontecer, uma coisa é certa: não se reforça uma comunidade por esta via.»
João Galamba, «Eterno retorno do mesmo»
«Esta parece uma corrida para o fundo, em que vamos devastando o nosso país e o nosso modo de vida em nome de uma dívida pública que não é possível pagar. Estamos, portanto, mais pobres em nome de nada. Não deixa de ser um fenómeno que perante o fracasso completo do actual rumo não se tenha simplesmente parado. Ainda que com dificuldade, é possível compreender o autismo dos credores internacionais - como se estão a marimbar para um povo que não é o seu, querem apenas assegurar que recebem tudo a que acham ter direito. O que já não se pode compreender e aceitar é a atitude subserviente e antipatriótica dos governantes portugueses. (...) Actualmente, só um discurso e um programa patrióticos poderão salvar, não só os estados europeus mais atingidos pela crise, mas sobretudo a ideia de uma Europa unida, solidária e democrática.»
Pedro Nuno Santos, «Em nome da democracia e da UE»
-» Anda por aí muito pessoal a dizer: «Nós defendemos uma política baseada no aumento da procura, essencial para fazer crescer a oferta».
ResponderEliminar-» Este pessoal é discípulo do ‘grande mestre’ Eng. José Sócrates!!!
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-» Ora o ‘grande mestre’ da «política baseada no aumento da procura… essencial para fazer crescer a oferta… » em seis anos fez a dívida subir de 61,7% do PIB (final de 2005) para 108,1% do PIB : o Eng. Sócrates quase duplicou a dívida pública em seis anos!
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-» Um Estado endividado… é um ESTADO DE JOELHOS perante a alta finança… e um Estado de joelhos vende empresas estratégicas para a soberania!
-» Já foram a gasolina, a electricidade, as comunicações, etc… é já há pessoal a falar na privatização da água, do espaço marítimo português, etc.
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-» Portugal não precisa de políticos que querem contrair mais dívida… mas sim, de POLÍTICOS DISPONÍVEIS PARA DISCUTIR INTENSAMENTE A GESTÃO DOS RECURSOS DISPONÍVEIS!...
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-> Resumindo: os lobbys poderão negociar normalmente com os governos… só que… depois… a coisa terá que passar pelo 'crivo' do contribuinte: "O Direito ao Veto de quem paga" (vulgo contribuinte) - ver blog 'fim-da-cidadania-infantil' (Democracia Semi-Directa).
ResponderEliminarPedimos imensa desculpa por este menvp, pertence aqui ao Pavilhão 6, da Rua das Murtas, o pavilhão dos mansos (e dos tansos)...