terça-feira, 12 de março de 2013

Lutas com futuro


Numa altura em que está a ser imposta uma mudança estrutural de regime, desta vez regressiva e antidemocrática, por elites políticas, económicas e mediáticas orgulhosas de serem obedientes e boas alunas do neoliberalismo austeritário, as grandoladas e as manifestações vieram recolocar as questões centrais: que escolhas políticas podem inverter o rumo desta catástrofe social e económica?; que negociadores poderão representar-nos condignamente, em Portugal e junto das instituições internacionais da Troika (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e União Europeia)? Como bem sabem o governo de Pedro Passos Coelho e o presidente Aníbal Cavaco Silva, os governados já não acreditam que esta maioria faça o país regressar ao investimento, ao crescimento e ao emprego, nem que ela possa representar-nos numa renegociação da dívida que afronte os credores. Foi por isto que a exigência da demissão do executivo e de marcação de uma consulta popular marcou as manifestações de 2 de Março.

Sandra Monteiro, Grandolar o futuro

Destaque neste número, no âmbito do dossiê sobre as escolhas políticas que são necessárias para um modelo de desenvolvimento sustentável, para o artigo de Hugo Mendes sobre a "lógica política e moral de um Estado social universalista", desenvolvendo um tema que tem vindo a explorar, por exemplo, no jugular, para o artigo de Carlos Farinha Rodrigues sobre desigualdades e crise, no seguimento da sua intervenção na última conferência da rede economia com futuro, ou para o artigo de Manuela Silva que sistematiza agendas para uma economia portuguesa com futuro.

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