sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Questionar

O presente documento procura suscitar o debate sobre as origens e as respostas à presente crise da zona euro, os modelos alternativos de gestão macroeconómica da UE e da zona euro, bem como as implicações dos diferentes modelos para as possibilidades de saída da crise em Portugal.

O documento encontra‐se organizado em torno de seis questões:
  1. Quais os fatores que estão na origem do advento da crise da zona euro e, em particular, da crise portuguesa? 
  2. As respostas que têm sido encontradas ao nível europeu permitem superar a crise da zona euro?
  3. Estarão hoje a UE e zona euro melhor preparadas para prevenir crises como a atual e para gerir crises no caso da sua ocorrência futura? 
  4. A arquitetura da governação económica na UE é favorável ao desenvolvimento das economias e das sociedades europeias?
  5. Por que é que a decisão de aderir ao euro suscitou uma quase unanimidade entre os economistas?
  6. Existem alternativas para a governação económica da UE que assegurem promovam uma saída para atual crise assente num desenvolvimento económico e social mais equilibrado?
O resto do documento que o Ricardo Paes Mamede, o Ricardo Cabral, o Nuno Teles e eu preparámos, e que será apresentado amanhã na conferência da rede economia com futuro, pode ser lido aqui

4 comentários:

  1. Caro João Rodrigues,
    Em primeiro lugar deixe-me louvar o seu esforço (e o dos seus colegas) por produzir documentos de reflexão que clarificam os pontos de vista e argumentos que defende.
    Em segundo lugar deixe-me expressar a minha frustração pessoal por não poder discutir consigo, quase parágrafo a parágrafo, o documento. Infelizmente nem a blogosfera permite tanto!

    Por exemplo, logo no início surge este parágrafo que me suscita reflexão:
    "Só o recurso substancial ao endividamento por parte de amplos segmentos da população evitou que crises de procura intensas acontecessem mais cedo."

    Primeiro este parágrafo confirma que existiu efectivamente um "substancial endividamento por parte de amplos segmentos da população". Isso, por si só, revela que efectivamente amplos segmentos da população, induzidos por políticas públicas de incentivo ao consumo e ao crédito, 'viveram acima das suas possibilidades' (digo isto sem qualquer critica moral, é objectivo).
    Depois, aquilo que caracteriza como "crises de procura intensas acontecessem mais cedo", mais não foi do que esconder e adiar um problema, avolumando-o até chegar a um ponto insustentável que inevitavelmente 'rebentou com estrondo' num momento único e que vai agora demorar décadas (?) a regularizar.
    Em Portugal, e no caso imobiliário por exemplo, foram políticas públicas de facilitação da compra de casa própria, com bonificações para jovens, com empréstimos a 40 anos, com carência no pagamento de juros, com taxas de juros baixíssimas, com incentivos fiscais, isenção de pagamento de IMI por 10 anos, ... que levaram à "crença" generalizada de que comprar compensava sempre face ao aluguer. Tudo em nome do direito à habitação (própria).

    Muito mais haveria a debater só a propósito deste parágrafo (o que dizer então do resto do documento!) mas é um esforço em vão.

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  2. Ainda o parágrafo
    "Só o recurso substancial ao endividamento por parte de amplos segmentos da população evitou que crises de procura intensas acontecessem mais cedo."
    É interessante verificar que uma das críticas que se fazem (a meu ver bem) ao sector financeiro na crise do subprime é que os seus produtos complexos e os seus ratings contribuíram (a meu ver, muito) para esconder a dimensão do problema, ajudando a perpetuar por mais algum tempo o endividamento subprime.
    O que este parágrafo parece querer dizer é que ainda bem: afinal o papel do sector financeiro desregulado não teve só inconvenientes!

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  3. Já não dá para descarregar o documento.

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  4. Pois é, infelizmente já não dá para descarregar o documento.
    Talvez amanhã haja mais sorte...

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