Vítor Gaspar é um economista de folha de excel, fanático e obsessivo. Revela sinais de profundo autismo científico, mas não é burro (António Borges sim, é simplesmente um louco que anda à solta e a quem, loucos ainda mais desvairados, deram poder).
Não há, de facto, nenhuma razão consistente para pensar que Gaspar tenha deixado de ter dúvidas quanto aos míseros efeitos da descida da TSU na criação de emprego, nem quanto aos seus impactos negativos nas finanças públicas. Como o próprio referia há cerca de um ano, «a redução da TSU funciona muito bem no quadro dos modelos que se usam na universidade, mas ainda não foi usada deliberadamente por nenhum país para ganhar competitividade. É algo não testado» (e só é pena, de facto, que Gaspar não sujeite o resto das suas convicções económicas a este teste das diferenças entre os modelos académicos e a economia como ela é).
O que explica então que, decorrido um ano, Gaspar aceite (e até defenda) a descida generalizada da TSU para as empresas? Face às evidências, que o João Rodrigues aqui oportunamente assinalou, só encontro uma resposta: por manifesto servilismo, oportunismo político e por profunda e dolosa irresponsabilidade. Gaspar sabe que fracassou em toda a linha: não só se afastou de forma colossal do objectivo do défice para este ano como estoirou violentamente com a economia do país. Contudo, fanático e obsessivo, jamais o poderia admitir, optando pela fuga em frente.
A descida da TSU constitui portanto, evidentemente, a moeda de troca para tentar camuflar o estrondoso e mais que previsível falhanço. Gaspar precisava do aligeiramento da meta do défice para 2012 (os míseros 0,5% que a troika lhe concedeu), para se poder manter à tona de água. Ou seja, para poder preparar a fuga em frente, através de mais um golpe insane de austeridade, na eterna e infundada esperança de que um dia a mesma funcione. O preço a pagar foi, está bem de ver, a sujeição do país à perigosíssima hipótese científica que a troika quer testar, nas piores condições possíveis, no «bom aluno»: perceber se a redução da TSU favorece, ou não, a competitividade e a criação de emprego.
Na certeira metáfora de João Pinto e Castro, o governo aceitou - através de Gaspar e para tentar salvar a pele - «doar o seu povo à ciência». Por um mísero e fatal prato de lentilhas (que o ministro de Estado e das Finanças sabe, além do mais, estar envenenado).
"O que explica então que, decorrido um ano, Gaspar aceite (e até defenda) a descida generalizada da TSU para as empresas?"
ResponderEliminarEasy... porque encontrou quem pudesse pagar essa descida ... NÓS!!!
ResponderEliminarGosto destas analises psico-económicas destituidas de luta de classes. Enfim, pseuda-esquerda!
Mas o melhor mesmo são os cobardes sem nome a comentar! ;)
ResponderEliminarA parte menos interessante dos (digamos assim) nao-esquerda eh a relevancia que dao ah ausencia de "politica" no seu discurso (chamemos assim) economico. Faz lembrar a verborreia do prof cesar das neves e a hipocrisia do prof anibal c. Silva. Agoniam-se com a politica e sobretudo com os politicos, mas sempre e somente com os mesmos politicos e politicas. Quando a economia e a respectiva analise estiver inoqua de propostas politicas, fica somente uma matriz de formulas estatisticas.
ResponderEliminarPosto isto... O senhor anonimo bem pode ir levar na TSU!!!
só encontro uma resposta: é que tem uma pistola apontada à cabeça
ResponderEliminarO sr. Gaspar (por incrível que pareça dá-me dó),embrulhou-se numa teia , muito bem tecida por aranhas mortíferas, que perdeu completamente a noção de como se desembaraçar dela.
ResponderEliminarE entretanto de modo absolutamente incrivel o cds procura-se demarcar de medidas. Isto apesar de a subida da TSU ter sido vigorosamente defendida por um seu ministro e o aumento do IRS ter sido pré anunciado por um secretário de estado do cds.
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