«Segundo as previsões da troika, a dívida pública portuguesa crescerá até 2013, ano em que chegará aos 115% do PIB. E depois? Depois, a troika apresentas cenários, uns optimistas e outros pessimistas, incluindo pelo menos um de descalabro total. A troika não sabe ao certo, e fala de riscos e incertezas. E nós sabemos? Sabemos pelo menos que a austeridade imposta em nome do serviço da dívida está a levar a economia portuguesa a uma recessão cada vez mais profunda. Sabemos também que no fim deste processo pode estar um ponto em que nem sequer a dívida é já possível servir. E se para servir a dívida for preciso destruir os sistemas de saúde, de educação de segurança social? Será esse um preço aceitável?».
O debate «A dívida pode ser paga?» tem lugar a 7 de Julho às 21.00h na Associação 25 de Abril e é organizado pela Auditoria Cidadã à Dívida. Conta com a participação de Paulo Trigo Pereira (autor de “Dívida Pública e Défice Democrático”), Mariana Mortágua (co-autora de “Dívidadura”) e Ricardo Cabral (autor de “Dívida” em “XXI Ter Opinião 2012”). A moderação caberá a Ana Narciso Costa (docente do ISCTE e investigadora do Dinâmia).
No dia anterior, a 6 de Julho, o Clube ISCTE promove o debate «Portugal na Bancarrota», a partir da apresentação da obra de Jorge Nascimento Rodrigues («Portugal na Bancarrota - Cinco séculos de história de dívida soberana portuguesa»), publicado em 2012 pela Centro Atlântico. Para além do autor, participam no debate Ricardo Cabral (Universidade da Madeira), Luís Reto (Reitor do ISCTE-IUL) e José Paulo Esperança (Pró-reitor do ISCTE-IUL). É às 18.00h, no piso 4 da Ala autónoma do ISCTE.
Ainda a 6 de Julho, às 21.00h, no Ciclo de Tertúlias da Ler Devagar («Dobrando o tempo, dobrando uma esquina»), discute-se o tema «Como podemos chegar a uma Europa federal?». O debate é lançado por Viriato Soromenho Marques (Professor da FLUL), com comentários de Rui Tavares (Historiador e eurodeputado) e Paulo Trigo Pereira (Professor do ISEG).
Honestamente! Diante destes convidados só me resta dizer que DESGRAÇADAMENTE o país está MESMO perdido. Não se vislumbra - nem da parte dos nossos 'pensadores' - alguém a quem nos agarrarmos. Os «Temas», propostos para os 3 debates, são de ingenuidade crassa e já cheiram mofo... Alguém acredita que destes 3 debates sairá uma ideia redentora sequer? Paulo Menezes
ResponderEliminarSerá gravado e colocado no site da Auditoria Cidadã à Dívida?
ResponderEliminarO Luís Reto e o José Paulo Esperança não são da Universidade Técnica de Lisboa, mas sim, respectivamente, Reitor e Pró-reitor (área de empreendedorismo) do ISCTE-IUL Instituto Universitário de Lisboa (o novo nome do ISCTE, by the way...). Parabéns pelo blogue!
ResponderEliminarCaro Anónimo, agradeço-lhe as rectificações que teve a amabilidade de aqui assinalar e que o post já considera.
ResponderEliminarNuno Serra
A "tertúlia" da Ler Devagar, ontem, foi um completo desapontamento.
ResponderEliminarO consenso "europeísta" ou "federalista" é entre nós frequentemente tão grande que os resultados tendem a ser o sufoco, a pura e simples censura, a repressão das opiniões de quem diverge de forma substancial, enquanto na mesa finalmente prevalece a mera troca de impressões entre Dupond, Dupont e Dupondt, sobre quem é mais "pessimista" e quem é mais "optimista" quanto ao estado das coisas...
Enviei ao Paulo Trigo Pereira e a outro dos organizadores do evento o seguinte mail, que transcrevo na íntegra:
Caro Paulo e caro Luís
Escrevo-vos na condição de pessoa convidada por vós ambos para uma "tertúlia".
"Após [as intervenções] abre-se o debate" (do convite à participação, no Facebook).
O debate? Qual debate? As pessoas na assistência tinham meramente direito a uma intervenção rapidíssima, na qual era suposto fazerem perguntas à mesa. Depois disso, chapéu. Acabou o tempo. Acabou “a quota”. Ninguém tem direito a "segunda rodada". Entretanto, na mesa esbanja-se tempo e mais tempo com divagações, rumores, conjecturas ocas, formulação de votos pios, adivinhação de intenções...
Independentemente de tudo o mais, tratou-se também duma péssima, nada racional utilização do tempo. Depois, foi absurdamente iníqua a "divisão de poderes" entre mesa e assistência. Aliás, devo acrescentar que, se eu alguma vez estivesse numa mesa em situação análoga, acho que teria tido pelo menos a cortesia, ou a sensatez, de não proceder de forma censória para com quem tivesse disposto do seu tempo para voluntariamente me ir ouvir.
"Debate"? Em profundidade, não houve. Mas houve, pelo contrário, evitamento deliberado de intervenções de quem queria debater a sério.
"Tertúlia"? Em definitivo, não foi. Foi peroração, foi catequese, foi talvez desabafo... mas tertúlia, isso não foi. Tertúlia é coisa solta, leve, com intervenções livres, de improviso, e sem ninguém ser impedido de se expressar por alegada falta de “tempo de antena”…
Prometer uma coisa e apresentar outra tem nome: é publicidade enganosa.
E fazer publicidade enganosa, desculpem lá, mas é feio.
"Tertúlias" assim, mais não, obrigado.
Saudações cordiais,
João Carlos Graça