quinta-feira, 19 de julho de 2012
Montes
Pedro Santos Guerreiro parece ainda querer fazer um esforço para naturalizar a manipulação, o tráfico de influências, a fuga ao fisco, o branqueamento de capitais, a necessária sordidez das comissões e das privatizações, a vida do liberal sector financeiro nacional e internacional realmente existente, em suma, atribuindo-as, no fundo, a “uma besta gananciosa chamada homem”, mas nem ele, com todos os seus recursos, consegue levar este projecto ideológico até ao fim porque o seu editorial de ontem tropeça na realidade das “estruturas mais poderosas da economia portuguesa” que têm nomes, muitas redes e toda a impunidade que o dinheiro concentrado compra. É claro que fracções dominantes do capital dependem das estruturas que permitem a sua inserção internacional, já que sem a liberdade, reconquistada a partir da segunda metade do cavaquismo, de circulação de capitais ou sem a multiplicação de infernos fiscais, o seu poder não seria o mesmo, a “doença do dinheiro” não seria tão intensa. É das estruturas financeiras ajudadas a criar externamente pelo euroliberalismo que acabamos sempre por falar, dos comportamentos gananciosos que favoreceram, multiplicando horizontes de curto prazo e oportunidades para o enriquecimento de uma pequena minoria respeitada pelos reguladores, das crises, da ineficiência e dos custos sociais que geram.
Já alguém fez a conta de quanto custou a a acumulação fraudulenta, a economia de casino, a manipulação de preços, a especulação imobiliária ou financeira,etc.etc.etc.
ResponderEliminarQuanto custou em desemprego, miséria e fome? Quantas famílias e empresas faliram? quantos anos regrediu a economia de países como a Grécia ou Portugal? Quanto haverá ainda a pagar se estas vagas predadoras não forem travadas, se esta gente não for responsabilizada e condenada?
Pedro Santos Guerreiro é um dos tais que gosta de atirar areia para os olhos dos "espectadores", mas a areia já não tem a eficácia de outros tempos, tente com gravilha, pode ser que atordoe aqueles que lhe prestam atenção, ou mesmo vazar umas quantas vistas!
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