“É possível, portanto, identificar, na obra de Tavares, três planos de reflexão (de mútua influência): 1) a questão do (sub)desenvolvimento econômico periférico, em particular da economia brasileira; 2) o diálogo crítico com autores importantes da tradição da Economia Política, como Marx, Keynes e Kalecki; 3) a (des)ordem econômica mundial, em que procura lançar uma ‘visão geopolítica para entender melhor a formação dos centros hegemônicos’, tendo como foco da análise a dinâmica das finanças globalizadas. Nesta fase mais recente de sua trajetória intelectual, Tavares buscou fazer ‘uma releitura do desenvolvimento do sistema capitalista e de seus esquemas de dominação dando ênfase maior ao dinheiro internacional - e não ao progresso técnico - como expressão do nexo de dominação do capital financeiro sobre a periferia’, de forma a ‘reorganizar ao mesmo tempo o conceito de relação entre centro e periferia e o de capitalismo tardio, sem que a hierarquia geopolítica se sobreponha necessariamente à da geoeconomia’.” [referências omitidas]
domingo, 3 de junho de 2012
No centro da economia política
No artigo “Uma mestra na periferia do capitalismo: a economia política de Maria da Conceição Tavares”, publicado na Revista de Economia Política, disponível neste sítio de revistas académicas brasileiras, Rogerio P. de Andrade e Renata Carvalho Silva resumem o premiado contributo para a Economia:
“É possível, portanto, identificar, na obra de Tavares, três planos de reflexão (de mútua influência): 1) a questão do (sub)desenvolvimento econômico periférico, em particular da economia brasileira; 2) o diálogo crítico com autores importantes da tradição da Economia Política, como Marx, Keynes e Kalecki; 3) a (des)ordem econômica mundial, em que procura lançar uma ‘visão geopolítica para entender melhor a formação dos centros hegemônicos’, tendo como foco da análise a dinâmica das finanças globalizadas. Nesta fase mais recente de sua trajetória intelectual, Tavares buscou fazer ‘uma releitura do desenvolvimento do sistema capitalista e de seus esquemas de dominação dando ênfase maior ao dinheiro internacional - e não ao progresso técnico - como expressão do nexo de dominação do capital financeiro sobre a periferia’, de forma a ‘reorganizar ao mesmo tempo o conceito de relação entre centro e periferia e o de capitalismo tardio, sem que a hierarquia geopolítica se sobreponha necessariamente à da geoeconomia’.” [referências omitidas]
Fosse Maria da Conceição Tavares uma economista ortodoxa e estou certo que já tinha tido cá o mesmo reconhecimento que teve no país de que se tornou cidadã; um país que tem a sorte de ter muitos economistas filiados numa tradição crítica útil para compreendermos os nossos presentes problemas de inserção dependente, num quadro em que todos os instrumentos de política económica nos estão vedados, o que tem servido os interesses daquelas fracções do capital que nunca poderão fazer parte de uma ampla aliança social para o desenvolvimento.
“É possível, portanto, identificar, na obra de Tavares, três planos de reflexão (de mútua influência): 1) a questão do (sub)desenvolvimento econômico periférico, em particular da economia brasileira; 2) o diálogo crítico com autores importantes da tradição da Economia Política, como Marx, Keynes e Kalecki; 3) a (des)ordem econômica mundial, em que procura lançar uma ‘visão geopolítica para entender melhor a formação dos centros hegemônicos’, tendo como foco da análise a dinâmica das finanças globalizadas. Nesta fase mais recente de sua trajetória intelectual, Tavares buscou fazer ‘uma releitura do desenvolvimento do sistema capitalista e de seus esquemas de dominação dando ênfase maior ao dinheiro internacional - e não ao progresso técnico - como expressão do nexo de dominação do capital financeiro sobre a periferia’, de forma a ‘reorganizar ao mesmo tempo o conceito de relação entre centro e periferia e o de capitalismo tardio, sem que a hierarquia geopolítica se sobreponha necessariamente à da geoeconomia’.” [referências omitidas]
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