quinta-feira, 26 de abril de 2012

Comparar crises

O sociólogo norte-americano Robert Fishman, que ficou conhecido no nosso debate público por ter escrito um artigo sobre Portugal no New York Times no ano passado, estará, uma vez mais, entre nós amanhã: Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, sala Keynes, às 14h30m. O tema da sua comunicação é a crise em Espanha e a sua comparação com Portugal, como não poderia deixar de ser no seu trabalho de investigação.

2 comentários:

  1. amanhã, a não perder,
    vai-se fazer um debate sobre as mentiras da dívida com Charles-André Udry, António Garcia Pereira e Renato Guedes.
    O CADPP convida todos os interessados a assistirem e participarem neste debate que visa expôr as mentiras da dívida, tais como esta "ser de todos" e causada por vivermos "acima das nossas possibilidades".

    As mentiras da dívida são o canivete suíço com que tudo se faz em matéria de ataques aos interesses gerais da população portuguesa: espoliação de bens públicos, destruição do estado social, pacotes de austeridade, etc.
    A ordem de encerramento da Maternidade Alfredo da Costa, o ataque ao SNS e a extorsão das pensões de reforma pagas ao longo de vidas inteiras de trabalho são apenas duas das consequências mais recentes dessas mentiras.
    Enviamos este convite pensando que, como pessoas directamente afectadas pelas medidas de austeridade em curso, poderá ser do vosso interesse participarem neste debate.
    Cordialmente

    http://www.cadpp.info/2012/04/e-ja-amanha.html

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  2. Caro João
    Li o seu post, o artigo do Fishman no NYT e o abstract do outro, da Springer (estou em casa...).
    Dizer que o artigo no NYT é "algo idealista" parece-me, por sua vez, "algo eufemista". A verdade é que RF tem uma orientação política muito "rosa" (a qual é super legítima em si mesmo, claro, mas deve ser enunciada), a qual o leva ao pintar do quadro "róseo" entre nós, mesmo para o período do "bem intencionado", coitado, bom rapaz, "um pouco tímido até" José Sócrates, à conversa sobre o estado social "robusto", etc.
    Todavia, deixando de lado esse aspecto de auto-malabarismos e auto-ilusionismos, apreciei em todo o caso a honestidade intelectual do reconhecimento de que, desde que estamos no Euro, os traços positivos da nossa democratização sofreram globalmente um "bye-bye".
    Antes eram válidos, sim, de resto transversalmente: PS ou PSD-PP, era irrelevante. Depois foi "adiós amigos", aliás também transversalmente: PS ou PSD-PP, continua irrelevante, mas agora doutra forma.
    Também achei interessante o destacar de como o "viés de género" nos mercados de trabalho foi muito mais atenuado entre nós do que na Espanha. Isso sublinha bem como os elementos culturais e políticos se ligam uns aos outros, e aos económicos.
    Permita-me que lhe diga que acho a noção Huntingtoniana de "vagas de democratização" muito questionável. Portugal, Espanha e Grécia, sim, podem ser aproximados para alguns efeitos, embora com o referido reconhecimento de diferenças.
    Já se falarmos da América Latina, e mais ainda da Europa de Leste, então, estamos a falar de realidade a anos-luz, e o recurso à noção das "vagas" Huntingtonianas só dá porcaria, com o devido respeito, e "analiticamente" falando, claro...

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