sábado, 18 de fevereiro de 2012

É muito difícil respeitar uma Igreja assim (com um abraço sentido para os meus amigos católicos progressistas)

“A mulher deve poder ficar em casa, ou, se trabalhar fora, num horário reduzido, de maneira que possa aplicar-se naquilo em que a sua função é essencial, que é a educação dos filhos.” Assim diz o novo cardeal Manuel Monteiro de Castro.

De uma assentada, decreta-se que o papel da mulher no espaço público é indesejável, que o papel do homem na educação dos filhos é secundário, que uma família com filhos só pode ter um homem e uma mulher, e que os obstáculos à opção de constituir uma família com filhos nada têm a ver com o desemprego e a crescente precariedade das relações de trabalho.

Será que no reino de Ratzinger a ignomínia faz parte das provas de acesso a cardeal?

7 comentários:

  1. É bem verdade o que escreve. Hoje de manhã li essa noticia no Publico e fiquei revoltado. Não é por acaso que a Igreja Católica vê a sua posição enfraquecer. São posições destas face ao mundo que provocam essa, vou chamar mesmo, decadência. Sou pai e enquanto pai senti-me ofendido por estas palavras, revoltado mesmo.

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  2. Hum, basta alterar um pouco o que diz o cardeal: "A mulher e/ou o homem, se assim o desejarem, devem poder ficar em casa,..."

    Na Igreja Católica separamos normalmente o essencial do acessório. O essencial é que o trabalho, numa família, deve ser um meio e não um fim. Depois há pessoas que vêem esta distinção marcada entre homem e mulher, querendo associá-los aos papéis tradicionais. Esta posição serve a alguns casais e a alguns saudosistas.

    Como católico preocupa-me muitíssimo mais o silêncio da Igreja face a uma governação que ataca constantemente princípios fundamentais da visão doutrinária sobre o homem, a sociedade e o mundo da economia.

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  3. Perguntas:
    "Será que no reino de Ratzinger a ignomínia faz parte das provas de acesso a cardeal?"
    Podes ter a certeza que sim.
    O velho Rato Zinger prepara a sua sucessão nomeando mais uma mão cheia de sacanas para elegerem o sucessor.
    São escolhidos a dedo.

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  4. Assusta-me que não se saiba interpretar as palavras.
    De "a mulher deve poder ficar em casa" passa-se a pensar que decreta que a mulher tem de ficar em casa.
    Na Alemanha o Estado permite que a mulher possa ficar em casa. E não é um país católico, nem é um cardeal.
    EM lado algum o cardeal diz que a mulher não tem um papel na sociedade. Diz apenas que a mulher é essencial na educação dos filhos.
    Se alguém discorda de que é essencial a presença da mãe na educação dos filhos, espero que não os tenha. Pobres crianças...

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  5. obrigada pelo post. e pelo abraço (não sendo amiga e católica progressista também, nem por isso, embora baptizada na Igreja Catolica e muito a dissentir da mesma).

    Caro Carlos A., como católica lamento que ainda se invista nestas figuras cardinalícias tão desfasadas do Evangelho e da vida.

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  6. Este novo cardeal já foi embaixador do Vaticano em Espanha e é capaz de não ser assim tão conservador para os padrões da hierarquia católica (via Wikipedia em inglês):

    Papal envoy breaks ranks on gay couples

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  7. «Hum, basta alterar um pouco o que diz o cardeal: "A mulher e/ou o homem, se assim o desejarem, devem poder ficar em casa,...»

    E quer-nos convencer, Carlos Albuquerque, que a formulação "a mulher" em vez de "a mullher e/ou o homem" pertence ao acessório e não ao essencial do que foi dito?

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