sábado, 14 de janeiro de 2012

AAA

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, ataca «a cupidez sem limites, a procura de lucros cada vez maiores nos mercados de capitais com responsabilidades na crise bancária e económica, e depois na de países inteiros, com que estamos confrontados desde 2008». Isso porém não impede que Wolfgang Schauble entregue a essa tal «cupidez sem limites» meia dúzia de nações europeias arruinadas e exangues. «Seria fatal suprimir por completo os efeitos disciplinadores das taxas de juro que aumentam», explica-lhes aliás Jens Weidmann, presidente do Bundesbank, o banco central alemão. «Quando o crédito se torna mais caro para os Estados, a tentação de contraírem empréstimos diminui muito.» E se os países mais endividados não aprenderem a conter as suas «tentações», se a recessão os impedir de voltar ao equilíbrio financeiro, se os «lucros cada vez maiores» dos seus credores os estrangularem, a União Europa ajudá-los-á infligindo-lhes uma multa… Em contrapartida, os bancos privados continuarão a dispor de todos os créditos que reclamam, e isso por uma bagatela. Poderão assim fazer empréstimos aos Estados endividados, obtendo com isso um belo lucro. A fortuna favorece os culpados!

Excerto do editorial de Serge Halimi num número com muito que ler.

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