quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Por quem os sinos dobram?

Na sequência do anúncio da realização de um referendo sobre a nova «ajuda» europeia à Grécia (o tal «perdão», cujos reais contornos o Nuno Teles aqui assinalou), o primeiro-ministro George Papandreou foi intimado pelo directório Merkosy (a hidra bicéfala, na certeira designação de Sérgio Lavos) a reunir hoje em Cannes.

Num mundo razoavelmente sensato e minimamente lúcido, esta reunião teria sido já há algum tempo solicitada pelo próprio Papandreou, confrontando directamente Merkel e Sarkosy (e indirectamente o rebanho de líderes europeus que se abriga à sombra desta dupla medíocre) com os danos devastadores causados ao povo e à economia grega, decorrentes da insistência criminosa na via austeritária. Uma «chamada à pedra» para justificar os impactos recessivos fulminantes que resultam dos «ajustamentos» e que foram reconhecidos pela própria Troika, no tal relatório «estritamente confidencial» que é do conhecimento de todos.

3 comentários:

  1. Esse perdão, que mais parece uma condenação, quer afinal ainda maior sofrimento sobre o povo grego!
    Bem podem andar a dizer que vão “perdoar” de 20 a 50% da dívida grega (depende da perspectiva da engenharia financeira), que isto não altera o sentimento das pessoas. E a cereja em cima do “perdão” seria a “imposição da administração do condomínio” in situ, para tomar conta deles…
    É uma pena, esta Europa!
    Não vejo como os dois pombinhos da foto (memorável pelos piores motivos!) queiram sequer ouvir falar de alternativas.

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  2. Para quem trabalham esses dois que trocam abraços e ursinhos?
    www.senhoresdomundo.blogspot.com

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  3. Há uma mistificação que talvez neste blog pudesse ser desmontada.Como é possível que uma economia tão pequena como a grega possa pôr a Europa e tb os EEUU em estado de pânico? Sou levado a pensar que as economias centrais cairam em estado comatoso já há algum tempo mas por razões bem diversas que têm a ver com a financeirização galopante e todo o seu cortejo de desvarios.Estarão então à beira do precipicio e a quebra grega poderia ser o empurrão final.Mas transformar a Grécia no bode expiatório do presumível desastre é uma completa vigarice.

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