quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Como a desigualdade económica ameaça as sociedades
O João Rodrigues já fez referência neste blogue aos trabalhos de Richard Wilkinson e Kate Pickett (aqui e aqui, por exemplo), que têm vindo a reunir e relacionar um vasto conjunto de dados que demonstram - de modo muito impressivo - como as desigualdades na distribuição dos rendimentos têm profundos impactos sociais negativos, afectando transversalmente as sociedades do mundo desenvolvido.
Encontra-se agora disponível na página da TED (Technology, Entertainment, Design - Ideas worth spreading) um vídeo recente, absolutamente imperdível, de Richard Wilkinson, com legendas em português (que podem ser activadas na barra inferior), do qual foi extraído o gráfico que acima se reproduz (clicar para ampliar).
Demonstrando a existência de fortes correlações (e explorando a sua causalidade) entre os desníveis de distribuição do rendimento e o grau de intensidade com que se manifestam diferentes problemas e questões sociais (abandono escolar, violência, esperança de vida, peso percentual da população prisional, capacidade de mobilidade social e níveis de confiança, entre outras), Richard Wilkinson adianta uma conclusão que arrasa os fundamentos daqueles que sugerem - nos tempos negros que atravessamos - a necessidade de desmantelar o Estado e as políticas sociais públicas.
Diz Wilkinson: «O bem-estar médio das sociedades já não depende do rendimento nacional e do crescimento económico. Isso é muito importante em países mais pobres, mas não no mundo rico e desenvolvido», sustentando que o que verdadeiramente conta para minorar a intensidade e amplitude de disfunções sociais é a contenção das diferenças de rendimento e a existência de mecanismos eficazes de redistribuição de riqueza.
O mundo mais rico e desenvolvido possui uma tecnologia cada dia mais avançada que substitui crescentemente o trabalho humano. Pelo gráfico se comprova que são nos países mais «liberalismo» que existe maior desigualdade de rendimento. Que a revolução não tarde!
ResponderEliminarTinha razão este video é absolutamente imperdível, consegue imaginar um debate televisivo sobre este video com os comentadores que há anos culpam os que têm menos poder pelo seu desígnio?
ResponderEliminarCusta-me a crer que foi pelo facto das pessoas não terem acesso ás evidências que aparecem neste video que portugal está onde está, penso que grande parte do tempo as pessoas comportam-se como autênticos miseráveis e mais curioso ainda é estas mesmas pessoas se considerarem um povo de brandos costumes, há demasiada gente ridícula neste nosso rectângulo.
As maiores diferenças existem nos Países mais desregulados e insensíveis às questões e direitos Sociais...Portugal quer-se fazer passar por ser um País de grandes conquistas Sociais, não é verdade, existe um arremedo de SNS que tem vindo a ser ameaçado progressivamente, existem salários de miséria -os mais baixos da zona Euro- daí o ódio de grande parte da população aos Funcionários Públicos -que se fortaleceram por acção dos seus Sindicatos- enquanto a maior parte da restante massa trabalhadora -muitas vezes por puro egoísmo- nem quer ouvir falar em inscrever-se num Sindicato e os Contratos Colectivos deixam de ser efectivos decorrido algum tempo...Eu recordo nos tempos do Verão Quente a guerra que foi suscitada contra quem defendia a Unidade Sindical, recordo a criação da UGT -formada por uma frente política PPD/PS/CDS- simplesmente vocacionada para retirar influência à CGTP...Depois de 5/6 anos de sensíveis melhorias, foi sempre a cair.
ResponderEliminarUma guerra semelhante à que foi levada a cabo contra a Constituição da República, que se não fosse tão mexida como foi, hoje teria impossibilitado muitas das medidas que já foram e pretendem vir a ser tomadas...Temos que ter memória.
A intervenção dos representantes da Troyka hoje feita em Lisboa esclarece a real intenção nos cortes da FP...Contrariamente ao que é colocado em rodapé...Disse claramente que com a redução dos salários na FP muitos dos funcionários especialmente os que têm salários reduzidos sentir-se-ão tentados a trocar e entrar no sector privado...Isto é, mais que uma medida económica é uma medida política e regida por uma ideologia bem identificada...
ResponderEliminarO engraçado no vídeo é a verificação da -poderíamos afirmar- posição invariável dos Estados Unidos em quase todos os itens, formidável...
ResponderEliminarO País mais cantado do Mundo, aquele que pretende meter o bedelho em todo o lado, o que deseja controlar tudo e todos os outros, é o País com maiores desigualdades do Mundo.
ELES FAZEM O SEU 'TRABALHINHO'
ResponderEliminar-> Os Terroristas_CGTP fazem o seu trabalhinho... no sentido que os activos mais valiosos dos Estados [energia, água, etc] passem para as mãos dos especuladores!!!
-> De facto:
- face a uma entidade pagadora em deficit (leia-se Estado), apresentavam propostas de aumentos - e não - propostas de orçamentos... leia-se, queriam mais dinheiro não importa vindo de onde... leia-se, jubilavam quando os aumentos vinham (...e...) varriam para debaixo do tapete o facto da entidade pagadora ter necessidade de pedir dinheiro emprestado a (perigosos) especuladores, e necessidade de vender activos...
Anexo:
O contribuinte não é um 'saco de pancada'!
O Terrorismo_CGTP limita-se a fazer reivindicações... e o contribuinte que pague!
A sociedade não pode fazer cedências ao 'Terrorismo_CGTP'!...
Isto é: quem apresentar propostas que mexam (aumento da despesa) no orçamento de Estado... terá que avaliar os custos das mesmas... e terá de dizer quem é que as irá pagar: aumento do deficit... ou cortes em determinadas áreas (nota: terão que dizer quais!)... ou mais impostos.
[obs: em vez de propostas de aumentos... propostas de orçamentos!]
Quem faz o "trabalhinho" do governo e troika säo idiotas como este "menvp". Bem diz o meireles que estes que espumam de raiva, muitas vezes por puro egoísmo outras por pura estupidez, nem quer ouvir falar em inscrever-se num Sindicato.
ResponderEliminarE depois queixa-se de quem faz valer os seus direitos. O que os "menvp" deste país (infelizmente 80% da populaçäo) querem é ver TODA A GENTE TÄO POBRE COMO ELES, e näo, em geral, que todos enriqueçam. Tristeza.
Ainda há quem pense que a condição social de pobre é uma escolha...
ResponderEliminarSr.(a) Pimba, o contribuinte não é um 'saco de pancada'!!!
ResponderEliminarResumindo: em vez de propostas de aumentos... propostas de orçamentos!!!
MENVP!
ResponderEliminarEsclareça-me só isto. Foram a CGTP os trabalhadores ou os partidos de esquerda que espatifaram todo o setor produtivo nacional?
Quer que lhe lembre quem esCavacou a agricultura e as pescas?
A industria de mecalomecanica e a metalurgia? Quem enterrou 25 milhões de contos em máquinas nas minas de Aljustrel, que continuam a apodrecer sem serem usadas?
Precisa que lhe lembre quem deixou destruir máquinas e equipamentos no valor de 70 milhões de contos destinados à segunda fase da Siderurgia Nacional, acabaram por se estragar nos areais de Coina sem serem desencaixotados?
Pretende que lhe lembre isto, ou prefere que lhe limpe a baba asquerosa que espuma sobre os trabalhadores e as suas organizações de classe?
Se souber de algum trabalhador, sindicalista , ou dirigente de qualquer partido de esquerda que tivessem contribuido para o regabofe despesista e afundamento da nossa economia nas ultimas três décadas.
Por favor diga que eu assumo que lhe torço o pescoço a esse patife que me tem andado a enganar.
Não basta alardear calunias. Devia ter os tintins no sitio para apontar os responsáveis pelo desastre em que o país mergulhou..
Este tipo de mentalidade - menvp - é o da generalidade dos cidadãos Portugueses, sei o que digo, infelizmente sei muito bem - já estou a ficar carunchoso - como funciona a mentalidade do "cidadão" Nacional...
ResponderEliminarO Português ainda não se libertou das amarras da Idade Média, mesmo vivendo no século XXI e numa moderna ou desenvolvida metrópole é um autêntico e verdadeiro rural, submisso, badalhoco, desconfiado, manhoso, temeroso e cobarde...Como diria Alfredo Pimenta...
Por vezes tenho a ilusão de ver nos Portugueses -num sorriso, num olhar, num cumprimento- um pouco daquilo que sempre sonhei encontrar, um mundo de paz, fraternidade e justiça...Mas é mesmo um breve engano, no momento seguinte, aquele olhar de espírito manhoso emergindo das entranhas, destrói-me toda e qualquer esperança...E é triste porque só temos uma vida, tão curta e rápida que é a nossa vida.
ResponderEliminarO que há pior no comentário da pessoa que se assina «menvp» é o insinuação (muito pouco) velada de que os trabalhadores sindicalizados não são contribuintes, ou de que os funcionários públicos (habituais sacos de pancada) não são contribuintes... É o discurso do «nós» e «eles».
ResponderEliminar«We have found that decisions leading to
ResponderEliminarescalating high pay for senior executives
are often concealed from shareholders
and the public within complex
remuneration arrangements, buried in the
small print of companies’ annual reports.
This lack of transparency adds further
to the impression that senior company
executives are ‘rigging’ the system for
their own ends. Our findings also show that the argument
used by many senior figures in British business, that pay must escalate in order
to attract the best talent from abroad
to UK companies, is a myth» in The High Pay Commission
Não serão ausência de "problemas sociais" e igualdade de rendimentos efeitos de uma mesma causa(cultura, qualidade da educação dada aos mais pobres, ect)? Por esta ordem de ideias na idade média e no antigo bloco de leste devido a menores desigualdades existiam menos "problemas sociais".
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