quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Queda livre
O afundamento da Espanha e da Itália no turbilhão dos mercados até não era difícil de prever. Deixados de fora do redil onde se queria confinar a Grécia, a Irlanda e Portugal, sem fundos no Fundo para eventuais emergências, estes dois grandes países tornaram-se mais apetecíveis para os predadores.
Agora a Europa está assustada outra vez. No último susto, deu alguns tiros, mas fracos e pouco certeiros. Agora ainda dispõe de munições mas ninguém sabe se está de férias e onde, e mesmo que não esteja se alguma vez será capaz de se por de acordo para fazer o que todos sabem ser preciso.
A única coisa que lhes ocorre é a preguiçosa consolidação orçamental em passo de corrida. O que precisávamos era do contrário: de investimento e de criação de emprego. E o investimento neste momento só pode ser público. Até os “mercados” neste momento parecem ter percebido isto e desconfiam ainda mais de cada vez que é anunciado um novo pacote de austeridade.
A maior parte de nós ainda acredita que há alguém “a tomar conta disto”. A minha sensação, pelo contrário, é a de que estamos a entrar em queda livre. A tripulação está em pânico. Devíamos substitui-la.
Gralha? No primeiro parágrafo, não quis escrever "Grécia, Portugal e Irlanda"?
ResponderEliminarObrigado JVC. Corrigido.
ResponderEliminar" A tripulação está em pânico. Devíamos substitui-la."
ResponderEliminarNa mouche
Qualquer alternativa ao pleno emprego ou ao rendimento para todos será uma alternativa injusta e imoral, ainda há os que acreditam que se voltarmos a como estávamos "antes" da crise é bom ou suficiente, esta visão é inaceitável. A pergunta que se impõe é qual será a melhor forma de substituir alguém em "democracia"? as pessoas parecem começar a perceber que vivem pura e simplesmente numa ditadura económica, a ditadura da democracia também legitima isto, sim porque se a "maioria" entender que têm de haver vitimas para um amanhã melhor é isso que razoavelmente terá de ser feito.
ResponderEliminar“Os movimentos populares só são justos quando a tirania os torna necessários”
ResponderEliminarJornal La Montagne, 1793
Em 1793....
Agora mais do que nunca são justos
Com a Itália e a Espanha não se brinca. Se estes forem ao fundo o projecto do euro se desmoronará e, por arraste, a economia mundial poderá ser muito afectada. Estaremos à beira de uma depressão financeira mundial?
ResponderEliminarCapitão Willard: "Who's the commanding officer, here?"
ResponderEliminarSoldado: "Ain't you?..."
(Francis Ford Coppola, Apocalypse Now, cena da ponte, durante a subida do rio)