sexta-feira, 20 de maio de 2011

Ainda acredita que o "acordo" vai ser cumprido?


Sobre o "acordo" com a UE/FMI, João Pinto e Castro disse o essencial (aqui):

«A fúria reformista é, ao contrário do reformismo discreto e quotidiano, um traço típico dos países subdesenvolvidos, onde volta não volta alguém descobre a pólvora e promete a regeneração nacional ao virar da esquina. É por isso que não há reformas estruturais na Suíça ou nos EUA, mas sim na Argentina, na Turquia ou no Bangladesh. Uma reforma estrutural é uma revolução, e falha exactamente pelas mesmas razões: voluntarismo a mais e consistência a menos. O principal resultado prático é muita agitação e poucas transformações reais. As verdadeiras reformas não se fazem de uma assentada: vão-se fazendo persistentemente, no dia a dia, sem perder de vista o propósito ambicioso que está na sua origem. É isso, aliás, o que a palavra reformismo quer dizer.»

E Dani Rodrik, professor de economia do desenvolvimento em Harvard, vai na mesma direcção (aqui):

«Os resgates da Grécia e da Irlanda são apenas paliativos temporários: nada fazem para reduzir o endividamento, e não conseguiram travar o contágio. Mais ainda, a austeridade orçamental que prescrevem atrasa a recuperação da economia. A ideia de que reformas estruturais e do mercado do trabalho podem produzir rápido crescimento não passa de uma miragem. Portanto, a necessidade de uma reestruturação da dívida é uma realidade inevitável.»

Confrontando isto com o que dizem os opinadores e jornalistas que dominam os telejornais, cada vez mais me apetece desligar a televisão.

7 comentários:

  1. Esta é uma opinião muito, muito, muito soft. E utilizar os EUA como exemplo é má ideia.

    E o post não diz uma palavra sobre o fundamental: donde raio caiu a crise financeira?

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  2. Não é reestruturação da dívida, é renegociação :-)

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  3. a reestruturação ou renegociação é uma possibilidade futura nenhum credor financiador a aceitará no momento presente

    do mesmo modo que o défice autárquico acumulado sobe para os 9,55 mil milhões e ultrapassará os 10 ou mesmos os 11 para o ano

    a política sobrepõe-se à economia

    sempre foi assi

    basta ver as compras do exército este ano....

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  4. Faça como eu... deite fora a TV! está tudo ao serviço do Regime! A imprensa é também de fugir. Tudo controlado. Ainda dizem que vivemos num Estado Democrático?!

    "Para começar, não há ataque especulativo, ainda que uma tal explicação possa ser conveniente. O que tem acontecido é que os investidores globais perceberam uma verdade subjacente profunda acerca da nossa crise de dívida soberana europeia – que no seu cerne não é de todo uma crise de dívida soberana e sim uma crise bancária altamente interconectada prestes a explodir. Há uma dinâmica em acção que os dados macroeconómicos não transmitem – e que a resposta política à crise não trata."
    Aqui: http://www.resistir.info/crise/munchau_17jun10.html.

    Aqui está muito esclarecedor. Espero que o euro rebente!

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  5. http://www.ionline.pt/conteudo/117218-se-portugal-quer-ser-um-pais-livre-tem-sair-da-zona-euro

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  6. O arcanjas tem razão, claro que é temporário e é um paliativo. Os ladrões não se importam de estoirar com a europa e com o euro. Só haverá perdão de dívida quando os crdores puderem acomodar as perdas.
    Eu concordo com a tese de que quem empresta a Portugal é um malandro que vai apanhar um calotes dos sérios.Por isso não querem emprestar mais, pudera!
    Desde quando os EUA e a Suiça são exemplos para vocês? Ao que isto chegou, estes antros da ignomínia capitalista como modelos de civilização!!!!

    Jorge Rocha

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  7. Anónimo disse...

    O arcanjas
    chama-se

    Jorge Rocha

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