Entrevista de Raquel Martins ao economista José Reis no Público de ontem:
Olhando para o mercado de trabalho em 2011, quais foram, na sua opinião, as principais mudanças que ocorreram e quais os principais problemas com que Portugal se confronta?
Foi o aparecimento de elevadas taxas de desemprego e, sobretudo, constatarmos que a economia ficou rodeada de um conjunto de restrições que a limitam, condicionando a criação de riqueza, restringindo a produção, minando a confiança e inviabilizando o crescimento. Constatámos que o sistema económico deixou de estar centrado na geração de riqueza e na distribuição de bem-estar, como aconteceu com o capitalismo europeu do pós-guerra, para ser um sistema rodeado de fins ilegítimos e de geração de enormes insustentabilidades. O mercado de trabalho deixou de ser um mecanismo de inclusão de pessoas e de distribuição de recursos produtivos para ser um processo de inutilização de recursos, sob a forma de inactividade de muitos, com a sua exclusão da economia.
A elevada taxa de desemprego é culpa da crise internacional ou houve também culpas do Governo que agora cessa funções?
Se há que encontrar um culpado para a elevada taxa de desemprego, a escolha é fácil. A asfixia da economia pelas finanças internacionais, a canibalização da produção pela especulação, a drenagem da riqueza criada para fins não-produtivos são os "culpados" certos. É aqui que se encontra também a causa da crise.
Como travar o desemprego e lançar o emprego quando se avizinham medidas de carácter recessivo como as que fazem parte da agenda do FMI e da Comissão Europeia? Há alguma saída ou estaremos condenados a viver nos próximos anos com elevadas taxas de desemprego?
A manutenção de elevadas taxas de desemprego será uma realidade longa, longuíssima, se não houver uma mudança radical da organização económica na Europa e em Portugal. Com a asfixia da austeridade não haverá emprego sólido. Haverá, porventura, alargamento do mercado negro do trabalho e da economia subterrânea.
A revisão da legislação laboral é muitas vezes vista como a panaceia para os problemas do emprego. Partilha desta visão? É necessário rever a lei laboral e flexibilizar despedimentos?
Não e não. Os problemas do emprego resolvem-se com crescimento, empresas dignas e eficientes, relações laborais saudáveis. Não é pela degradação do mercado de trabalho que se defende o emprego. Discuta-se, definitivamente, onde estão as causas da baixa produtividade em Portugal e analise-se a enorme deficiência organizacional das empresas e as razões por que muitos se declaram incapazes de pagar um simples salário mínimo.
Qual será o grande desafio e a margem de manobra do próximo Governo em termos de mercado de trabalho e emprego, num contexto em que terá que conviver com medidas impostas de fora?
O emprego e o trabalho são um aspecto central de um programa mínimo de salvaguarda da economia, da coesão social e do próprio crescimento. É bom que os partidos e o próximo Governo não se deixem ultrapassar pelo próprio FMI como já aconteceu com a Comissão Europeia, cuja posição desgraçada e lamentável é o dado mais negro da presente conjuntura de desconstrução europeia.
Economia do medo dá dinheiro
ResponderEliminar23 mil milhões de dólares de fundos
Líbios congelados nos EUA aparentemente vão ajudar a comprar mais armas para os rebeldes acabarem com os militares e com os actuais apparatchiks tribais
se a moda pega
temos de arranjar pitroil
para podermos ser subsidiados
o medo é essencial para uma economia especulativa
a estabilidade cria poucos juros
O pleno emprego
ResponderEliminarou níveis de emprego mais altos numa europa que subcontratou produção extra-europeia para diminuir custos
são luxos que só o emprego por via do estado pode manter
Li a entrevista do douto lente de Coimbra com atenção e interesse. Mas...fiquei na mesma.
ResponderEliminarAbsolutamente desprovido de ideias. Suponho que isto é um economista pós-moderno...
ResponderEliminarO Wegie deve gostar mais de ouvir a cassete do costume, tocada de manhã à noite nos jornais e nas tvs! Deve encontrar mais ideias no meio de tanta parafrase e mimetismo! Mée méee méeméeee!
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