terça-feira, 12 de abril de 2011

Feministas... convictamente



O Público noticia hoje que, em média, as mulheres portuguesas despendem por dia quase quatro horas a mais do que os homens em trabalho não remunerado, o qual inclui o trabalho doméstico e o cuidado de terceiros (crianças, idosos,...). Se se juntar o trabalho pago e não pago, Portugal é o segundo país entre os 29 abrangidos pelo estudo, a seguir à Índia, onde a disparidade é maior entre homens e mulheres.

Não é nada de que não suspeitássemos já, ainda que o último Inquérito à Ocupação do Tempo em Portugal (instrumento estatístico de especial importância para denunciar este tipo de desigualdades) date de 1999, sendo já mais do que altura de ser repetido. E é apenas uma das muitas dimensões da desigualdade e dominação de género. Outra, por exemplo, é o facto de, para o mesmo nível de habilitações, as mulheres continuarem a receber salários sistematicamente inferiores aos homens.

O patriarcado é um sistema social de exploração e dominação das mulheres, não só na esfera económica como também a nível cultural e simbólico. Actua principalmente na esfera da ideologia - ou seja, através da "naturalização" das representações e comportamentos ("é normal que as coisas sejam assim..."). E como se vê, está vivo e bem vivo entre nós. Ser feminista, homem ou mulher, significa denunciar e combater activamente este sistema de exploração e dominação. E é também um imperativo, especialmente para quem também denuncia e combate a exploração capitalista.

7 comentários:

  1. , Portugal é o segundo país entre os 29 abrangidos pelo estudo, a seguir à Índia...

    devem ter sido muy bem escolhidos

    dos 100.000profs do quadro e dos 25000universitários e investigadores

    60 a 70% são mulheres

    dos quadros técnicos do estado 60

    com 300mil mulhers funcionárias públicas

    a disparidade deve ser muy birtual

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  2. basta perguntar à excelentíssima que dirige a Guimarães 2012

    se ganha menos

    há muitas que ganham menos

    mas também as há sem habilitações (dentro do aparelho do estado-que ganham muito mais)

    isso das médias sem desvio padrão acoplado

    dá resultados desses

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  3. Terça-feira, 12 de Abril de 2011
    Feministas... convictamente





    O Público noticia hoje.....e fontes destas

    se se considerar conversa de café

    trabalho não remunerado

    e pausas

    e 3 meses ante partum

    e 6 meses despois

    mais baixas médicas por depressões várias

    600mil horas só aqui no distrito no trimestre final de 2010

    78% do total das baixas são.....femininas?

    são também as de maior duração

    extrapolando para o país...

    estatísticas de jêto

    e médias que não valham caca necessitam-se?

    provavelmente nã

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  4. one hundred trillion dollars,

    antes de se pronunciar sobre matéria de desigualdades entre homens e mulheres devia fazer algum trabalho de casa para evitar cair em comentários deste género.

    diz que os países em comparação "devem ter sido muy bem escolhidos", pois não é preciso pesquisar muito para perceber que em portugal é, nesta matéria, um caso peculiar e com traços tradicionalistas "muy" vincados.

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  5. Caro Alexandre,
    As razões que nos levam a aceitar como "natural, logo inevitável" a marcada desigualdade H-M são, creio, em boa medida análogas às que nos induzem a aceitar como "natural, logo inevitável" a marcada desigualdade social em geral.
    Ainda assim, há inegavelmente nuances. É evidente a enorme promoção social dum "star-sytem" que quanto a alguns aspectos quase não tem "viés de género" (a coisa pode ir de ministras e secretárias de estado a apresentadoras de TV, por exemplo, com passagem por cantoras, actrizes de telenovela, etc.), enquanto por contraste se tende a ignorar a miserável discriminação que lesa imenso a grande coorte de mulheres academicamente qualificadas que, ainda assim, nunca conseguem chegar a lugares de chefia... mesmo na administração pública.
    A situação, quanto a este aspecto, parece-me até ter alguma analogia com a duma sociedade típica de Antigo Regime... grandes cortesãs à la Choderlos de Laclos, com uma enorme influência social fáctica e uma enorme riqueza, pairando acima duma imensa multidão de "petites femmes" de quem se desconhece até o nome...
    É triste, mas parece-me verdadeiro...
    Outra coisa: é bem marcada a passagem directa, no caso da mulheres, do sector I para o sector III. É quase como se existisse uma objecção de consciência, por princípio, à figura da mulher operária... Creio ser digno de nota...

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  6. O feminismo como criação dos Rockefeller e Rotschild? "Save the males"? Caro anónimo, não sei que estupefacientes anda a tomar, mas devem ser bons...

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