Num momento dramático como o que vivemos, a sociedade portuguesa precisa de debate e de convergências democráticas. Precisa também de reconhecer que a crise do liberalismo económico, de que a acção dos programas patrocinados pelo FMI tem sido uma expressão, obriga a reavaliar opiniões e prioridades e a construir soluções novas, assentes em ideias e escolhas claras e num programa explícito, sabendo que na democracia nunca há a inevitabilidade de uma escolha única, porque a democracia procura as melhores soluções da forma mais exigente.
É indiscutível que o estado das finanças públicas, que é em grande medida o resultado da profunda crise económica, exige um conhecimento e avaliação exigentes de todos os compromissos públicos. E que se torna urgente identificar a despesa pública desnecessária, supérflua e geradora de injustiças sociais, distinguindo-a da que é indispensável, colmata problemas sociais graves e qualifica o país.É também útil que se reconheça a importância do trabalho, dos salários e dos apoios sociais na sociedade portuguesa, se admita a presença de carências profundas, sob a forma de pobreza e de desigualdades crescentes, e se considere que os progressos alcançados na nossa sociedade são o resultado da presença de mecanismos de negociação colectiva e de solidariedade cujo desmantelamento pode significar uma regressão socioeconómica que debilitará o país por muito tempo.
Qualquer solução para os nossos problemas tem de partir de uma constatação realista: até agora as intervenções externas foram a expressão de uma União Europeia incapaz de perceber que a alternativa à solidariedade, traduzida em cooperação económica e integração sem condicionalidade recessiva, é o enfraquecimento das periferias sob pressão da especulação e de cúmplices agências de notação. A zona euro paga o preço de não ter mecanismos decentes para travar a especulação em torno da dívida soberana e para promover políticas de investimento produtivo que permitam superar a crise. As periferias pagam o preço da sua desunião política, única forma de colocar o centro europeu, principal responsável por este arranjo, perante as suas responsabilidades.
No momento em que se vão iniciar negociações entre o Governo e a troika FMI-BCE-CE, sabe-se que a austeridade provoca recessão económica e gera fracturas profundas, de que o desemprego elevado é a melhor expressão. As experiências grega e irlandesa exigem uma revisão das condições associadas aos mecanismos de financiamento em vigor. De facto, devido à austeridade intensa dos últimos dois anos, a economia irlandesa contraiu-se mais de 11% e a recessão grega atingiu 6,5% só entre o último trimestre de 2009 e o último de 2010. O desemprego ultrapassa já os 13% nestes dois países. A este ritmo, e apesar dos cortes orçamentais intensos, nenhum deles conseguirá reduzir a sua dívida. Isso só acontecerá com crescimento económico e com uma noção clara de que não é nos salários e no trabalho, mas antes na escassa inovação e na fraqueza organizacional de grande parte das empresas portuguesas, que residem os problemas de competitividade. Portugal não pode ser um laboratório para repetir as mesmas experiências fracassadas, e corremos o risco de uma recessão ainda mais prolongada, se tomarmos em consideração as previsões do próprio FMI.
Por tudo isto, considera-se necessário um apelo a um compromisso sob a forma de um programa de salvaguarda da coesão social em Portugal, de manutenção e reforço das capacidades produtivas do país para gerar emprego, com atenção às pessoas, evitando sacrifícios desnecessários. Os pontos essenciais de tal compromisso são os seguintes:
1. Garantir que em todas as decisões económicas e financeiras se coloca o objectivo de promoção exigente do crescimento e do emprego, reconhecendo que a sociedade portuguesa não comporta níveis de desemprego que outras sociedades registam, dada a fragilidade da estrutura de rendimentos e a insuficiência dos mecanismos de protecção social. A presença, já sugerida, da OIT nas negociações entre o Governo e a troika FMI-BCE-CE seria um sinal construtivo muito importante, colocando a questão do trabalho digno.
2. Desencadear um escrutínio rigoroso da despesa pública, auditando a dívida do país, sobretudo a externa, identificando com rigor as necessidades reais e os desperdícios da administração pública e salientando a necessidade de concentrar os recursos na esfera essencial das políticas públicas que combatem a exclusão social e a desigualdade, qualificam as pessoas e promovem a actividade produtiva, a competitividade e o crescimento da economia.
3. Afirmar que a educação, a saúde e a segurança social, bem como outros bens públicos essenciais como os correios, não podem ser objecto de privatização, fazendo da lógica lucrativa um mecanismo de regulação nestes domínios, visto que tal solução seria cara e insustentável financeiramente, levaria à exclusão de muitos e generalizaria injustiças sociais e regionais.
4. Recusar qualquer diminuição do papel do Estado no sector financeiro, sublinhando que a Caixa Geral de Depósitos deve permanecer integralmente pública e com uma missão renovada e que a regulação do sector terá mesmo de ser reforçada para evitar novos abusos.
Os signatários entendem que um compromisso deste tipo viabiliza as acções necessárias ao momento presente, capacita a sociedade para enfrentar positivamente as dificuldades e tem como objectivo tornar claro que, em circunstâncias graves, há direitos associados à dignidade do trabalho, ao respeito pelas pessoas e à garantia da coesão social que não podem ser postos em causa, sob pena de fragilizar gravemente o país e de eliminar qualquer capacidade própria de superar a situação dramática em que nos encontramos.
Albano da Silva Pereira, Fotógrafo, Director do Centro de Artes Visuais de Coimbra; Alexandre Alves Costa, Arquitecto; Anália Torres, Socióloga, Professora do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa; António Arnaut, Advogado; António Chora, Coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa; António Manuel Hespanha, Professor da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa; António Pinho Vargas, Compositor; António Romão, Economista, Professor do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa; Augusto M. Seabra, Crítico de cinema, literatura e música; Boaventura de Sousa Santos, Sociólogo, Professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Director do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra; Carlos Fortuna, Sociólogo, Professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra; Cristina Andrade, Activista do FERVE - Fartos/as d'Estes Recibos Verdes; Daniel Oliveira, Jornalista; Eduardo Paz Ferreira, Advogado, Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa; Elísio Estanque, Sociólogo, Professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra; Eugénio Fonseca, Presidente da Caritas Portuguesa; Fernanda Rollo, Historiadora, Professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; Fernando Catroga, Historiador, Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra; Fernando Roque de Oliveira, Economista, Presidente do Observatório sobre a Produção, o Comércio e a Proliferação de Armas Ligeiras; Helena Roseta, Arquitecta; Isabel Allegro, Professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; João Abel Freitas, Economista; João Cravinho, Militante socialista; João Ferrão, Geógrafo, Investigador do Instituto de Ciência Sociais da Universidade de Lisboa; João Ferreira de Almeida, Sociólogo, Professor do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa; João Ferreira do Amaral, Economista, Professor do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa; João Proença, Sindicalista; João de Deus, Sindicalista; João Rodrigues, Economista, Investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra; Jorge Vala, Psicólogo Social, Investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa; José de Faria Costa, Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra; José Luís Pio Abreu, Médico Psiquiatra; José Maria Brandão de Brito, Economista, Professor do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa; José Maria Castro Caldas, Economista, Investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra; José Reis, Economista, Professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra; Luís Moita, Professor da Universidade Autónoma de Lisboa; Manuel Alegre, Escritor, militante socialista; Manuel Carlos Silva, Sociólogo, Professor da Universidade do Minho; Manuel Carvalho da Silva, Sindicalista; Manuela Silva, Economista, Professora do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa; Manuel Brandão Alves, Economista, Professor do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa; Maria Eduarda Gonçalves, Jurista, Professora do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa; Mário Murteira, Economista, Professor do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa; Mário Ruivo, Biólogo, Oceanógrafo; Miguel Henriques, Músico; Octávio Teixeira, Economista; Paula Gil, Activista da Geração à Rasca; Paulo Areosa Feio, Geógrafo, IGOT - Universidade de Lisboa; Pedro Hespanha, Sociólogo, Professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra; Ricardo Paes Mamede, Economista, Professor do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa; Rui Namorado, Professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra; Rui Tavares, Historiador e Eurodeputado; Sandra Monteiro, Directora do Le Monde diplomatique - edição portuguesa; Sandro Mendonça, Economista, Professor do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa; Sérgio Azevedo, Compositor; Tiago Gillot, Activista dos Precários Inflexíveis; Vasco Lourenço, Associação 25 de Abril.
Público, 16 Abril 2011
Sou um jovem preocupado com os resultados das politicas que nos querem impôr a partir de instituições sem legitimidade democrática. Por tudo o que se tem visto e lido sobre os efeitos dessas mesmas politicas na Grécia e na Irlanda, o resultado não pode ser bom. Por isso, sendo neste momento "inevitável" que vamos receber ajuda externa, acho também absolutamente inevitável que o caminho para conseguirmos pagar essa ajuda (e para crescermos)tem que ser trilhado por nós! Estruturas organizadas em verdadeiros think tanks de soluções válidas (como esta) não podem ficar circunscritas à Internet e a uma primeira página de jornal. As suas ideias, estas ideias, têm que chegar ao debate de grande publico, que convenhamos não será pela mão PS/PSD que será feito. Como pretendem veicular estas propostas no sentido de interferir na consciência colectiva portuguesa, sendo que qualquer acção apartidária será inconsequente? Objectivamente, como acham possivel que algumas destas (indispensáveis) "guidelines" possa ser tida como necessária pelo comum Português, em vez do roteiro para o abismo que o FMI/BCE/BE/PS/PSD nos propõem à partida?
ResponderEliminarBE deve ser lido como CE, obviamente!
ResponderEliminarEsse papel regulador da CGD é proporcionar negociatas ao Manuel Fino e o Berardo? Poupem-me!!! Vendam aquela merda toda!Pobres de espírito!! Essa adoração pelo Estado bloqueia qualquer renovação da Esquerda.
ResponderEliminarOH, Weggie, adorar o Estado, adorar o Mercado... Só usa linguagem assim excessiva quem teme não ter razão. Não se trata aqui de adorações, que são sempre idolatrias. Trata-se de ter em conta o que existe e perguntar para que serve. E a ideia de que nem tudo deve estar entregue aos mercados faz todo o sentido hoje, como já o fazia há três anos antes de eles fazerem a borrada que fizeram.
ResponderEliminar1º a situação actual só secundariamente está relacionada com a crise económica de 2006-2008
ResponderEliminarcom episódios em 2009-2011
Consumimos bens sem real valor e que pela sua natureza se esgotavam em pouco tempo
consumimos em menos de 20 anos
6 milhões de veículos motorizados
com um valor de 90 mil milhões de euros
40 milhões de telemóveis e 15 milhões de fixos
apenas 2 mil milhões
50 milhões de computadores em 20 anos para uma população de 10milhões e 1 milhão de empresas
é capaz de ter sido exagerada a taxa de compra e substituição de equipamentos
cerca de 25mil milhões de euros
concentrados essencialmente entre 95 e 2011
já nem falo das centrifugadoras a 7000 contos cada que duraram menos de 6 anos sendo substituidos por equipamentos dos 20 a 3o.ooo euros
em Universidades que nem tinham grandes razões para as utilizar
equipamentos científicos e médicos
em 20 anos 140 mil milhões de euros
inclui fotocopiadoras e deixa de fora os equipamentos médicos dos hospitais privados
de certo modo há a contar com 10 mil milhões pagos em comissões que provavelmente foram sujeitos a imposto
mas mesmo assim parece-me muito
e isto deixa de fora elevadores, mármores e objectos de decoração importados
electrodomésticos
só plasmas LCD und so weiter foram 800 milhões de euros nos últimos 3
anos
sim sei são bagatelas
o problema é todo dos outros
e já nem se fala em dezenas de milhares de milhões em fármacos de duvidoso valor terapêutico
ResponderEliminartomados em doses industriais e com
origem em espaço exterior ao tecido farmacêutico nacional
muito depauperadinho
http://educar.wordpress.com/2011/04/16/hara-kiri-2/#comments
ResponderEliminar:-) :-) :-) :-):-)
:-) :-) :-) :-):-)
:-) :-) :-) :-):-)
Nobre desconhece programa do PSD
Em entrevista ao Expresso, Fernando Nobre admite que não conhece o programa do PSD, mas confia em Pedro Passos Coelho.
:-) :-) :-) :-):-)
:-) :-) :-) :-):-)
:-) :-) :-) :-):-)
Absolutamente catastrófica, em toda a escala, a entrevista de Fernando Nobre ao Expresso. pessoais sobre temas específicos.
Nobre desconhece programa do PSD
Em entrevista ao Expresso, Fernando Nobre admite que não conhece o programa do PSD, mas confia em Pedro Passos Coelho.
------------------
MAS ESTE TACHISTA E ALDRABÃO TINHA DITO:
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=1827399&page=1
""Não era através de um lugar no Parlamento que «acreditava poder continuar a missão que me propusera», mas o projecto apresentado pelo presidente do PSD «é bem mais amplo, para além de que preserva a minha autonomia e independência», disse.""
:-) :-) :-) :-):-)
:-) :-) :-) :-):-)
:-) :-) :-) :-):-)
http://educar.wordpress.com/2011/04/16/hara-kiri-2/#comments
ResponderEliminarNobre desconhece programa do PSD
Em entrevista ao Expresso, Fernando Nobre admite que não conhece o programa do PSD, mas confia em Pedro Passos Coelho.
Absolutamente catastrófica, em toda a escala, a entrevista de Fernando Nobre ao Expresso. pessoais sobre temas específicos.
Nobre desconhece programa do PSD
Em entrevista ao Expresso, Fernando Nobre admite que não conhece o programa do PSD, mas confia em Pedro Passos Coelho.
http://aeiou.expresso.pt/nobre-desconhece-programa-do-psd=f643962
------------------
MAS ESTE TACHISTA E ALDRABÃO TINHA DITO:
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=1827399&page=1
""Não era através de um lugar no Parlamento que «acreditava poder continuar a missão que me propusera»,
mas o projecto apresentado pelo presidente do PSD «é bem mais amplo, para além de que preserva a minha autonomia e independência», disse.""
Oh Ze Luiz eu sei que foi um desabafo roto até porque a perspectiva que se coloca não é a necessidade de privatização da CGD mas da nacionalização (à custa do contribuinte) dos outros. Vês como esta coisa Estado versus Mercado está inquinada?
ResponderEliminaroutros bancos queria eu dizer
ResponderEliminarEm grande medida são coisas bastante senso comum, ou que pelo menos deviam sê-lo. Ainda assim, os pontos 3 e 4 parecem significativamente mais "contundentes" (vide alergias já em comentários supra) do que os 1 e 2, algo vagos, mas talvez tivesse mesmo de ser assim...
ResponderEliminarParece globalmente um bom começo.
É um excelente sinal ver gente das áreas do PS, do BE e do PC pôr-se de acordo quanto a um certo número de coisas minimamente relevantes.
Sabe a pouco, mas, repito, é um começo... e nestas coisas, às vezes, o mais difícil é mesmo começar.
Parabéns ao JMCC e ao RPM, aqui dos LB! É um bálsamo haver boas notícias, para variar.
(Dito isto, há evidentemente todo um imenso trabalho a fazer, à margem destes documentos "para a fotografia"... - e olhem: está mesmo por fazer!...)
Que este manifesto contribua para o urgente sobressalto cívico que é preciso, para não sermos imolados como cordeiros no altar dos insaciáveis mercados financeiros que capturaram a política europeia.
ResponderEliminarQue esperam os seus autores para o converter em petição pública, para que não seja apenas mais um evento nesta sociedade do espectáculo, enterrado convenientemente pelos poderosos sob um manto de betão e de silêncio?
O meu comentário completo sobre o manifesto encontra-se aqui:
http://oqueficadoquepassa.wordpress.com/2011/04/16/convergencia-nacional-em-torno-do-emprego-e-da-coesao-social-edicao-publico-lisboa-16-abr-2011-page-37/
Congelamento e nacionalização das contas de todos aqueles que enriqueceram de forma ilícita.
ResponderEliminaresta gente está louca
ResponderEliminarcongelar as contas de todos os autarcas?
como se a maior parte delas está lá fora?
então aqueles que transitaram do PS para o PSD e vice-versa só se lhes penhorarem as casas
algumas ainda valem uns cobres
mas estão em nome próprio ou em sociedades
tendo em conta que uma recebeu 300 mil a fundo perdido para turismo rural
nã devem estar
È um excelente contributo este manifesto. Falta-lhe ser amadurecido juntando-lhe dimensões que estão ainda pouco trabalhadas:
ResponderEliminara) dimensão cultural: se não resgatarmos a dimensão política, social e cultural da dimensão financeira estamos a reforçar o pathos especulativo. A auditoria ao meio como produzimos as nossas opiniões e as transformamos em verdades viralmente reproduzidas é tão importante como auditoria das contas públicas.
b) dimensão europeia: É importante vincar que a Europa está a ficar cada vez mais fragilizada. É paradoxal neste aspecto que a CE e o BCE venham a defender taxas de juro mais pesadas que o FMI.
Parabéns!
Os bancos portugueses estão em contra-relógio. Além de estarem sob pressão para darem provas acrescidas da sua robustez num curto espaço de tempo, as instituições financeiras lusas continuam a braços com problemas de liquidez. Para conseguir satisfazer as suas necessidades de (re)financiamento, o sistema financeiro português precisa de quase 37 mil milhões de euros nos próximos três anos.
ResponderEliminar(…)
O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, veio esta semana dizer que o Estado está disponível para injectar capital nas instituições financeiras, mas a banca privada diz não estar interessada e que «fará tudo [vender créditos e activos] para evitar o apoio estatal, mesmo que a exigência de capital suba», segundo noticiava o Jornal de Negócios de ontem.
(…)
MUITO CUIDADO COM O B.C.P.
http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=16958
-------------------------------------------
""já que ninguém tem coragem para auditar - e TAXAR - estes agiotas trapaceiros, e o Banco de Portugal é mera figura decorativa, precipitar a queda do BCP é um convite a novos assaltos às finanças públicas, numa escala muito superior à do BPN.
""Chegámos a um ponto, em que somos presos por ter cão, e presos por não o ter.
Se deixamos o dinheiro, arriscamo-nos a perdê-lo; se o levantamos, arriscamos a queda do que resta desta fantochada de dinheiro irreal, com consequências ainda piores para os contribuintes, pois a canalha política defenderá sempre a Banca, em prejuízo dos contribuintes.""
COMENTÁRIOS A LER
Caríssimo João Rodrigues,
ResponderEliminarSubscrevo inteiramente este Manifesto de compromisso em torno do emprego e da coesão social que deve mobilizar os portugueses! É necessário que os portugueses se unam e os europeus se unam, porque em caso contrário as desigualdades sociais vão aumentar com um programa cego de ritmo neoliberal.
Sem dúvida, o cepticismo dos filandeses e dos alemães, a par das fracas lideranças Europeias, está a colocar em risco o projecto Europeu e a moeda única como nos diz o jornalista Daniel Oliveira neste seu artigo desta semana do Expresso. Sem isso, se a Europa se constituiu como um projecto para colmatar a sua perda de supremacia mundial perdida para as duas superpotências na segunda metade do século XX, na actualidade, se o projecto institucional Europeu fracassa, o Velho Continente deixa-se naufragar completamente, uma vez que as novas potências emergem, e será um salve-se quem puder de cada país Europeu e os ideais generosos de Jean Monnet e de Robert Schuman vão por água abaixo! O que é, absolutamente, lamentável e trágico!
Subscrevo, por isso, esta necessidade de convergência da sociedade portuguesa neste momento em que a crise nacional coincide com a crise europeia! Sem estes 4 pontos deste Manifesto ficará em causa a coesão social no país e na Europa.
Saudações cordiais e fraternas, Nuno Sotto Mayor Ferrão
www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt
Caro João Rodrigues
ResponderEliminarQuando li pela primeira vez e comentei, escapou-me o seu nome. Foi evidentemente por isso que "parabenizei" apenas o JMCC e o Ricardo.
Verificado o lapso, fica feita também a emenda. Peço desculpa. É claro que os parabéns são também para o João.
Saudações cordiais,
JCG
Parabéns pela iniciativa! Esperemos que este possa ser o princípio de uma vaga de mudança rumo a uma sociedade mais decente!
ResponderEliminarSó não entendo porque é que, depois de ter assinado o "apelo dos 47" no Expresso da semana passada, aparece agora aqui de novo a assinatura do Boaventura Sousa Santos... Não entendo a compatibilidade de propósitos entre ambos os textos e gostaria que alguém me explicasse a intencionalidade subjacente. Aqui nesta lista faz sentido a assinatura do sociólogo. No outro, tratando-se de um apelo ao compromisso com a legitimidade das políticas e dos políticos alinhados com o saque neoliberal em curso, não se percebe...
«Garantir que em todas as decisões económicas e financeiras se coloca o objectivo de promoção exigente do crescimento e do emprego, reconhecendo que a sociedade portuguesa não comporta níveis de desemprego que outras sociedades registam, dada a fragilidade da estrutura de rendimentos e a insuficiência dos mecanismos de protecção social.»
ResponderEliminarComo se concretiza tão elevado objectivo? Com a exportação de tremoço? A exploração das jazidas de petróleo de Freixo de Espada à Cinta?
«Afirmar que a educação, a saúde e a segurança social, bem como outros bens públicos essenciais como os correios, não podem ser objecto de privatização, fazendo da lógica lucrativa um mecanismo de regulação nestes domínios, visto que tal solução seria cara e insustentável financeiramente, levaria à exclusão de muitos e generalizaria injustiças sociais e regionais.»
E como financiará o Estado todos esses serviços públicos? Uma ideia.... UMA ao menos que seja!!!
Ora bolas! Gente boa a subscrever um texto destes sem uma única proposta de acção sustentada e sustentável que consubstancie o que defendem!
Carlos Alves, começo a ficar um bocado cansado de pessoas que não lêem as coisas e depois dizem que elas não existem. As propostas concretas que você não conhece estão há décadas em cima da mesa, são às centenas, e só não são debatidas no "mainstream" porque o "mainstream" prefere fingir que não as vê.
ResponderEliminarDo que você não está à espera, com certeza, é que se transcrevam esses milhares de páginas para um manifesto que só cabe numa ou duas.
"E que se torna urgente identificar a despesa pública desnecessária"... torna-se urgente agora é?! Antes não era urgente? Tantos doutores e similares, a exibirem alto os canudos, e não demonstram lá grande inteligência. Feitas as devidas reservas, o que está aqui em questão é a velha e actual frase: casa roubada trancas na porta!!! O mesmo se passou com a central nuclear de Fukushima. O cérebro não funciona!
ResponderEliminarVamos mudar de paradigma, o modelo capitalista esgotou!, e é isso que está aqui a acontecer. Ponto final!
Caro Anónimo:
ResponderEliminarJá era urgente há muito tempo: com isso concordo. Mas não era possível e agora é. Os doutores com altos canudos de que fala são economistas formados numa doutrina fraudulenta criada pecisamente para servir o capitalismo financeirizado que levou à crise.
Que a doutrina é fraudulenta, sabe-se há décadas. Mas o seu colapso inevitável só se deu há três anos, e mesmo assim há quem persista em mantê-la ligada à máquina.
Felizmente há alternativas tecnicamente viáveis. Mas não sei se serão politicamente possíveis, porque implicariam uma fortíssima viragem à esquerda em Portugal e na Europa, e isto depara com uma resistência visceral por parte da maioria dos eleitores.
Caro anónimo lá de cima,
ResponderEliminarconcordo consigo.
Em vez de andarmos com abaixos assinados e petições da treta,seria mehor era de levarmos à barra do tribunal de juizes sérios os ladrões que andaram a roubar este país e dar-lhes a joustiça exemplar que essa gente merece.
Ladrões e traidores!
Pontos 1 e 2: Uma vacuidade.
ResponderEliminarPontos 3 e 4: Uma inanidade.
Isto foi redigido às três pancadas no terraço do self-service da Ala Autónoma numa bela tarde de sol...
Acho bem que se dêem estes últimos tiros de "pólvora seca" que não tarda as FP's estão de volta ...
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