Podemos identificar dois tipos de economistas: os que discutem os problemas da economia portuguesa no quadro da zona euro e dos seus disfuncionamentos e os que fingem que o nosso país pode ser pensado de forma isolada, ou seja, no quadro de regras que não querem questionar porque sabem que estas favorecem o seu discurso neoliberal apostado em transformar a provisão pública em negócio privado para grupos económicos desesperados. Assumido pelos austeritários do bloco central, incluindo um Cavaco que no seu discurso de tomada de posse não referiu uma única vez a questão europeia, o moralismo das finanças públicas é hipócrita e equivocado, para além de ser estreito. É hipócrita porque os economistas que defendem reduções das despesas sociais, reduções dos direitos laborais e correspondentes cortes salariais, o tal todos temos de fazer sacrifícios, fazem parte dos 5% mais ricos de um dos países desenvolvidos mais desiguais. É equivocado porque o Estado não é uma família e quando se comporta como tal onera as famílias realmente existentes com quebras do rendimento e com desemprego: o estado das finanças públicas quase só depende do andamento da economia.
A abordagem dos balanços financeiros sectoriais ajuda a entender isto: a soma dos saldos dos sectores externo, público e privado, tem de ser igual a zero. Não há como fugir disto. Num contexto de crise, com o saldo do sector externo mais ou menos constante, é evidente que o esforço dos privados para reequilibrar os seus balanços, com cortes no consumo e no investimento, tem de gerar inevitavelmente um aumento do défice público. Sabendo que o inserção dependente da economia dificilmente permitirá grandes reduções do défice externo, então o contraproducente esforço, pela dimensão e prazo, para reduzir o défice público, a ser bem sucedido, o que se duvida, teria como contrapartida um aumento do endividamento do sector privado. Por algum lado a corda vai ter de partir com a contracção da economia.
Neste quadro, entendemos melhor a natureza da economia política da austeridade e das alternativas também se a inscrevermos, como faz de forma informada o economista keynesiano Engelbert Stockhammer no seu ultimo artigo, numa zona euro construída para fazer do trabalho, concebido apenas como um custo a economizar, a principal variável de ajustamento à crise. Isto num quadro de desequilíbrios comerciais, em que os excedentes dos países centrais são os défices dos periféricos, sem mecanismos de suposta correcção que não passem por processos deflacionários brutais como os que estão a ocorrer na periferia. Juntem-lhe a financeirização do capitalismo e têm a tempestade perfeita: crise e mais crise, desemprego e mais desemprego. E um moralismo económico imoral.
A perpetuação da crise, deve-se também à apatia e à falta de vontade ou mesmo à incapacidade para se adaptarem às realidades que já não são novas há bastante tempo
ResponderEliminarimoral ou amoral?
é que há diferenças
O euro em cacos e Portugal à rasca!
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