Uma decisão conjunta da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu estabeleceu 2010 como o Ano Europeu de Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social. Exacto, 2010, um ano em grande para a agenda política das soluções recessivas à escala europeia. O ano do Cavalo de Tróia, em que o imperativo de combate ao défice nos países periféricos estabeleceu escrupulosamente as regras da batalha: cortar nas despesas sociais e nos salários, deixando a salvo os interesses financeiros, a economia especulativa, a espiral do endividamento privado e a injustiça fiscal.
Seguindo as orientações da própria iniciativa comunitária, tratou-se essencialmente de "responsabilizar e mobilizar o conjunto da sociedade", descentrando das instâncias estatais a responsabilidade colectiva no combate à exclusão social. Nada de contraditório, portanto, com o rumo austeritarista definido: conter o défice cerceando as funções sociais do Estado, sacrificando as classes com menores recursos e transmutando a lógica de direitos estabelecidos numa difusa e incerta responsabilidade da sociedade no seu todo, sem explicitamente configurar, atribuir ou firmar qualquer espécie de compromisso.
Vale a pena espreitar o conjunto de iniciativas que preencheram, entre nós, a "celebração" do Ano Europeu de combate à Pobreza e Exclusão Social (AECPES) e que consumiram, aparentemente de modo exaustivo, os cerca de 700 mil euros orçamentados. São essencialmente conferências, debates, mostras e colóquios. Que envolveram sobretudo pessoas e instituições conhecedoras dos contornos da pobreza e da exclusão. Parole, parole, parole. À perplexidade que fomos sentindo ao ver os spots publicitários, a intercalar as notícias sobre os PECs e os cortes sociais, junta-se este confrangedor balanço (sobretudo no confronto com que um ano assim deveria significar). Na página portuguesa do AECPES figura a tshirt aqui ao lado. Não, não precisam fazer um desenho, já percebemos tudo.
Os spots publicitários relativos ao tema eram de uma superficialidade confrangedora.
ResponderEliminarCaro Nuno Serra,
ResponderEliminarFiz link.
Obrigado.
Abraço.
acho que era mais sensato sensibilizar e responsabilizar os do circuito eterno da pobreza , obrigá-los ( à força , como os pais que querem o melhor para os filhos fazem , se for preciso ) a mudar de comportamentos , a começar nos reprodutivos , e deixar os outros em paz. os médios , sobretudo , que já estamos pelos cabelos de ser responsáveis pelos desleixos dos outros. já chega.
ResponderEliminarentão houve alguns portugueses que ficaram menos pobres
ResponderEliminare se não fosse a campanha
continuavam na mesma
é que o conceito de pobreza é relativo
a maioria dos portugueses é mais pobre que o Figo
o Figo é um Sicómoron
o Figo era mais pobre antes do Tagus parki
com 7 mil milhões a comida não vai chegar para todos
alguém terá de fazer greve
greve de fome é um termo pobre
mais vale entretê-la que fuzilá-la
Então não foi o presidente cavaco que disse a alguém para procurar assistência social fora do estado?
ResponderEliminarE em breve temos o euromilhões duas vezes por semana!
Nada de contraditório aqui no país das contradições...
Com papas e bolos se enganam os tolos!
ResponderEliminarEste ditado vingou na própria Europa,teria o presidente Barroso dado a conhecer este ditado lá em Bruxelas?Ou eles já o conheciam?
Cá está uma boa razão(para quem ainda não entendeu)para colocar portugueses em posições de chefia na Europa.E quando for preciso temos o nosso Guterres pois quem sabe não seremos um dia destes também refugiados?
http://bilder-livros.blogspot.com
Não é por acaso que ao Ano Europeu do Combate à Pobreza vem o ano europeu do Voluntariado e no Reino Unido se apresenta a proposta da “Big Society”. Sempre para descartar o Estado das suas obrigações tornando-as difusas por toda a sociedade (é responsabilidade de todos e de ninguém) e para o deixar livre para acudir aos mais necessitados, como por exemplo, os pobres bancos….
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