Leilão de dívida pública teve grande procura e juros a dez anos em baixa ligeira. Boas notícias no actual contexto. Infelizmente, a economia política da austeridade não desaparece: Austeridade empurra salários para a maior descida nominal de que há registo e vai diminuir o rendimento disponível das famílias. Economia volta à recessão. A interacção perversa entre deflação e dívida segue dentro de momentos e a reestruturação da dívida também? No nefasto enquadramento europeu, com taxas de juro elevadas, ausência de crescimento e num ambiente deflacionário esta questão não desaparece, como não desaparece a bola de neve da dívida. O devemos do cartaz transforma-se assim em temos. A questão também continua a ser se é liderado pelos credores, ou seja, pela UE-FMI, ou pelos devedores.
Nota. Este poste foi reescrito.
Não lhe parece estranho que tendo a procura excedido 3,2 vezes a oferta os juros se mantenham tão altos?
ResponderEliminarNão lhe parece estranho que este excesso, que também se tem observado em leilões passados, é artificial e construído a pedido?
Não lhe parece estranho que ninguém aborde este fenómeno e, pelo contrário, pela ausência de comentários se possa deduzir que o considerem muito normal?
Num leilão de títulos da dívida a procura ser superior à oferta significa que há quem estivesse disposto a comprar, mas a taxa de juro superior à taxa em que se parou de vender.
ResponderEliminarObrigado, mas não me convence.
ResponderEliminar" há quem estivesse disposto a comprar, mas a taxa de juro superior à taxa em que se parou de vender."
Então, sendo assim, trata-se de uma procura manipulada. É sempre possível aumentar a procura (exagerando) até ao infinito.
Mas é uma procura sem significado legítimo.
Se na lota do peixe aparecem muitos compradores e pouco peixe, o preço do leilão sobe. A menos que muitos desses compradores apenas sejam mirones, estejam lá para ver o espectáculo e apenas dois ou três estejam interessados no peixe. Neste caso, o preço, provavelmente desce, porque a procural real é baixa para o pouco peixe oferecido.
Só é legítimo falar-se de um excesso de procura sobre a oferta se, por exemplo no caso de uma OPV, a subscrição é feita a um dado preço. Neste caso o número de interessados em a adquirir aquele preço pode exceder várias vezes o número de acções em venda. E tem de se proceder a um rateio.
Pelo menos era assim no século passado ...