sábado, 29 de janeiro de 2011

“Temos que aceitar a ideia que a Grécia e a Irlanda estão na bancarrota”



O título desta posta é parte de declarações de um especialista de mercados financeiros da Universidade de Oxford (ver aqui, último parágrafo). O assunto já foi discutido neste blogue: não é realista pensar que a Grécia e a Irlanda conseguem pagar as suas dívidas a taxas de juro superiores a 5,5% e sob condição de uma política de austeridade selvagem. Aquilo que um cidadão lúcido consegue ver, e não precisa de ser economista, não foi vislumbrado pela chanceler Merkel, o ministro das finanças Schäuble, e respectivos assessores.

Porém, face à recessão em que mergulharam estas economias (e aos primeiros sinais que Portugal já deu de que vai pelo mesmo caminho mesmo sem ter aplicado a terapia em dose reforçada), acendeu-se uma débil luz nas mentes intoxicadas pelo consenso de Bruxelas. Afinal talvez seja possível aliviar o fardo dos países devedores se os bancos do “centro” da Eurozona, detentores da dívida da “periferia” a quem foram emprestando sem querer saber de sustentabilidades, aceitarem vendê-la ao estado grego ao actual preço em vigor no mercado secundário. Ou seja, se aceitarem perder uns 30% do valor nominal. O Fundo Europeu de Estabilização Financeira emprestaria o dinheiro para a operação, ou (numa outra versão) garantiria a angariação do dinheiro no mercado a uma taxa conveniente. Claro que os países da Eurozona teriam de aumentar as suas garantias para que o Fundo possa ser mobilizado na totalidade.

Não sei se o leitor terá dado conta do que isto significa. É isso mesmo, o reconhecimento (por agora apenas oficioso) de que a Grécia e a Irlanda estão numa situação de insolvência, de bancarrota. Claro que na linguagem pudica de Bruxelas trata-se de estudar “um alargamento das funções do Fundo”. Resta saber se os bancos estão dispostos a assumir o prejuízo, em particular aqueles que têm o balanço em mau estado e em breve vão enfrentar novos “testes de stress” (solidez financeira). E como ficaria o balanço do BCE que tem acumulado dívida pública destes países? Acontece que a recapitalização dos bancos e do BCE teria de ser aprovada pelo Bundestag porque (ao contrário do Fundo que até agora só prestou garantias) tratar-se-ia de endividamento público adicional e imediato. Tarefa difícil para Angela Merkel agora sob a ameaça populista do FDP, seu parceiro de coligação.

E também resta saber quanta austeridade as populações da periferia da Eurozona estão dispostas a aceitar. É que a larga maioria dos que estão a ser atirados para o desemprego pela recessão imposta pelo Consenso de Bruxelas não ganhou nada com o negócio financeiro dos bancos, do "centro" e da "periferia".

5 comentários:

  1. : Ladrões “Têm que aceitar a ideia que a Grécia e a Irlanda estão na bancarrota

    e pelo jeito que as coisas vão não irão sozinhas

    é a somalização da economia

    economias do caos não pagam dívidas

    originalمصر

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    استقالة أحمد عز أمين التنظيم في الحزب الوطني الحاكم
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    لا أصدق ما يحصل في مصر هذه الايام كنت أظن ان أطباع الشعب الطيب ستغلبه في النهاية خاصة بعد ظهور الرئيس الذي أقال الحكومة ولكن الجوع والظلم وقهر المخافر ومهانة طوابير العيش وانهيار الطبقة الوسطى وتجبر الرأسماليين هي التي غلبت الشعب الغلبان الساكت الصامت على غلبه
    بعد أن أفقدت الحياة معناها ودفعهم الظلام دفعا لإستعادة حياتهم مهما ذلك كلف ذلك الأمر
    المصري اليوم لا يخشى قوانين الطواريء بعد انهيار حياته الخاصة
    المصري اليوم لم يعد يكترث بالوظيفة لأنها غير متوفرة أصلا
    المصري اليوم ألقى بالخوف جانبا وتحدى حظر التجول وفرضه صوته وحضوره
    المصري اليوم يقولها بالعلن وأمام الكاميرا ارحل يا مبارك
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    في الختام ان شباب مصر جعل مصر حسني مبارك تعود الي الشعب المصري من جديد
    حفظ الله مصر وشعبها من كل مكروه

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  2. a grécia , a irlanda e todos os que acharam que podiam borrifar para o sector primário.
    os intelectualoides , ao sobrevalorizar o sector serviços , aquele que lhes fornece clientes ( ai pois ,olhem se a malta deixa de querer ir prá universidade... a vossa vida vai ser mais difícil , né? ) têm grandes culpas no cartório.

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  3. Na Alemanha e na Holanda onde é raro o estudante que sai da universidade sem fazer dois estágios não há desemprego juvenil. Os erros da "religião educativa" estão aí. O concorrência diz muito bem. Uma carreira académica enorme sem a aquisição de competências que servem no mercado de trabalho servem a quem?


    Jorge Rocha

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  4. Na Alemanha e na Holanda onde é raro o estudante que sai da universidade sem fazer dois estágios não há desemprego juvenil.

    Não há?
    Em 2002 havia e muito

    e ...há Alemanha e Alemanha

    como há Holanda semi-rural e semi-industrial

    e há barracões muito frios cheios de emigrantes

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  5. Pa ler ma, ou ar canjas ou como se chama, está desactualizado. Na Holanda é 8,4% na Alemanha 8,6% em pessoas com menos de 25 anos. Em Espanha é de 44%, na Suécia 22%. Há quem se dispa de preconceitos académicos e lide com a realidade.


    Jorge Rocha

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