terça-feira, 11 de janeiro de 2011
E qual é a meta para o desemprego?
Helena Garrido abre bem o editorial de ontem do Negócios, embora eu recuse a expressão “ajuda”: “A ajuda financeira externa não é uma solução nem para Portugal nem para o euro. As experiências grega e irlandesa mostraram que as intervenções criam mais, novos e mais graves problemas, ameaçando a própria vida da moeda única.” O problema vem depois: “O governo português tem de dar aos credores e à Zona Euro a garantia absoluta de que o país vai cumprir a meta orçamental deste ano.” O problema está precisamente na economia política da austeridade orçamental. Esta é que não é uma solução para Portugal e para o euro: ameaça a tímida recuperação da economia, que só foi possível porque Portugal se juntou mais tarde ao clube da austeridade. Para além disso, é impossível dar a garantia absoluta do cumprimento da meta orçamental deste ano. Ann Pettifor explica porquê com notável concisão: “Os governos podem cortar na despesa pública mas não podem cortar no défice. Isso depende da forma como o resto da economia reage à contracção da despesa pública.”
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