"Ao longo de 2010 fomos assistindo a sucessivas - e por vezes entusiásticas - declarações de apoio de responsáveis europeus aos 'heróicos' esforços dos países periféricos para pôr as suas finanças públicas em ordem. A Europa parece finalmente ter encontrado a sua vocação: coloca-se fora do jogo que os periféricos travam com os mercados, mas aplaude e dá todo o apoio moral. É bonito, sim senhor, mas não chega. Em vez de se comportar como uma espécie de cheerleader, a UE podia, de facto, tentar ajudar. Como? Sendo coerente com as suas declarações, isto é, usando o seu poder para garantir que, enquanto os países em dificuldades forem cumprindo o acordado, estes têm todas as condições para realizar os ajustamentos necessários sem pressão adicional e contraproducente dos mercados. É que, ao contrário do que Merkel e companhia julgam, os mercados não estão a disciplinar ninguém; estão a tornar a vida dos periféricos impossível. Os líderes europeus bem podem ir dizendo que os mercados não estão bem a ver a coisa, mas, enquanto estes insistirem em ignorar os louvores dos primeiros, esse 'apoio' não passa de uma farsa. E esta farsa só não se transforma numa tragédia porque o BCE age (ou melhor, é forçado a agir) como bombeiro, com sucessivas intervenções in extremis que vão permitindo que este jogo absurdo continue a ser jogado."
(João Galamba, Jugular)
O ano de 2010 tornou evidente a situação a que chegámos, as suas causas mais profundas e os seus impactos mais nefastos. A insistência cega numa cartilha económica demonstradamente errada e contraproducente. Um modelo de governação europeia rendido aos interesses especulativos dos mercados. A demissão da política em todo o seu esplendor.
Quando os caminhos da necessária mudança se tornam cada vez mais óbvios, perante os repetidos fracassos das receitas estafadas (sem que quem as prescreve tenha que prestar contas ou fazer balanços), Cavaco Silva insiste que este "tempo que vivemos não é um tempo para aventuras, não é um tempo para experimentalismos ou para fantasias", mantendo intocada a postura do "bom aluno", dócil e subserviente, que não ousa questionar (nem sequer discutir) os poderes estabelecidos e o estado das coisas.
Não sabemos o que nos trazem os tempos mais próximos. Nem que capacidade terá a Europa para inverter o rumo que tem adoptado e se refundar. Mas confesso que me é difícil não supor que, às portas do 25 de Abril de 1974, o cidadão Aníbal Cavaco Silva teria muito provavelmente uma resposta semelhante, caso tivesse conhecimento de tudo o que estava a ser preparado.
Cavaco Silva não governa e quem governa apoia Manuel Alegre. Ou seja, politicamente Manuel Alegre está muito mais ligado à política de destruição do estado social que estamos a viver do que Cavaco Silva.
ResponderEliminarNão aprecio Cavaco Silva, mas a forma como Alegre se deixou colar ao socratismo mostra que ainda tem menos capacidade de inverter o rumo do que Cavaco.
Talvez fosse tempo de Alegre se deixar de ir buscar o que se passou há 30 ou 40 anos e mostrar o que é capaz de fazer hoje.
Ora hoje parece que Alegre é parte deste sistema sempre pronto a tirar aos pobres para dar aos ricos.
Oh meus amigos,desiludam-se,este Estado não é soberano e a Europa é conduzida na sombra pelos Bilderberg e afins,entretanto não esperem pelas noticias oficializadas para confirmar isto,como disse alguém:
ResponderEliminarA revolução não será televisionada!
Bom Ano!
ResponderEliminarah sim claro , se devia instituir um rendimento minímo garantido para os países da periferia da ue.
ResponderEliminarbom ano ,e quem sabe ? vos dê uma epifania e percebem que pedir fiado é mesmo muito feio ; esmolar , quando se é saudável , também ; e que para ter há que trabalhar primeiro. no duro , que a concorrência dos países com forte sector primário e secundário não se compadece com milhares de "licenciados em serviços"...
Mesmo que se obrasse a transfiguração do Cavaquistão demograficamente o mais sólido dos territórios nacionais e o mais conservador no seu voto
ResponderEliminare houvesse a possibilidade de outro candidato se tornar presidenciável
Independentemente de quem ganhasse, não haveria grandes alterações esvaziam-se as benesses para as massas em detrimento da manutenção dos previlégios nas cúpulas do estado
small is beautiful
ResponderEliminarO problema é que quem pede fiado e mais beneficia com o fiado não é quem é chamado a pagar o fiado.
E agora é chamado a pagar o fiado até quem trabalha no duro e mesmo assim passa mal para pagar as dívidas dos outros.