Basta aliás ler o artigo tortuoso de Maria João Rodrigues, a ideóloga da soporífera e fracassada agenda de Lisboa, com que a social-democracia andou a empatar durante demasiados anos, para se perceber como as alterações positivas agora sugeridas - das euro-obrigações à taxação das transacções financeiras - se misturam, contradição insanável, com a insistência na lógica absurda das “regras automáticas” para a “disciplina orçamental” e, agora, com a aposta na “forte condicionalidade” para corrigir situações “anómalas”. Isto são eufemismos eurocratas para os ajustamentos estruturais à FMI desgraçadamente em curso nas periferias europeias? Estes ajustamentos destruidores das economias esquecem, entre outras coisas, as responsabilidades da potência hegemónica, a Alemanha, nos desequilíbrios europeus. Com "social-democratas" destas, isto nunca iria acabar bem. Que fazer? Desenvolver uma economia política e uma política económica que supere verdadeiramente a austeridade e, já agora, pensar bem nas implicações do cenário "argentino".
Entretanto, o governo prepara-se para aprofundar a lógica do orçamento para 2011 com a conversa sobre a "flexibilização" do mercado de trabalho, outro eufemismo para o projecto que facilitará ainda mais a transferência de custos sociais para os trabalhadores, sob a forma de despedimentos mais fáceis e baratos. É o reforço da economia do medo que comprime salários, aumenta o desemprego, a precariedade e as desigualdades. Já somos governados pelo FMI: chama-se bloco central.
As receitas da saida da crise são todas tiradas do manual FMI, embora até saiam de lá uns estudos interessantes, como atribuir ao aumento das desigualdades entre ricos e pobres a causa da crise mas o que não vê é as medidas para evitar novas crises financeiras. Todos falam das medidas para sair da crise e poucos a falar de medidas para este tipo de crise não voltar, vamos ter mais do mesmo nas próximas décadas.
ResponderEliminarDa taxista da Maria João Rodrigues, não se pode esperar grande coisa.
ResponderEliminarEra o que faltava.!
Então e o meu, diz ela.