quinta-feira, 28 de outubro de 2010

«os economistas»

RTP1, Telejornal, 20.37h. Depois de dissecar a não consumação do acordo entre o Governo e o PSD relativamente ao Orçamento de Estado, José Rodrigues dos Santos (minuto 37 do vídeo) refere que “a ruptura entre o PSD e o governo foi mal recebida pelos economistas”, anunciando assim uma peça com entrevistas a Ferraz da Costa (antigo presidente da CIP), João Salgueiro (ex-presidente da Associação Portuguesa de Bancos), Fernando Ulrich (Presidente do BPI) e Mira Amaral (ministro nos governos de Cavaco Silva).

Estava dada, nos termos em que José Rodrigues dos Santos apresentou o conjunto de entrevistas, a opinião de «os economistas», que o jornalista sintetizaria – perante as questões colocadas – no facto de estes acharem ser “preferível um orçamento adequado e eficaz do que um documento aprovado a qualquer custo”.

Com outro painel, a síntese obtida poderia ser eventualmente a mesma. O ponto não é esse. O ponto é o de se pressupor que, ouvindo estas quatro individualidades, se torna possível conhecer, à partida, a opinião de «os economistas» sobre as mais diversas matérias.

Faça-se o exercício de tentar posicionar estes comentadores no espectro político-partidário, no campo de perspectivas do pensamento económico e nas tendências de parecer face a questões concretas. E ter-se-á uma noção clara sobre a estreiteza do conceito de pluralismo de opinião que o serviço público de televisão recorrentemente tem, em matéria de debate económico.

11 comentários:

  1. Gostaria de salientar que os ditos "economistas" proferiram os seus doutos "pareceres" no canal público de televisão.
    Ora, por ser público, seria de esperar que assegurasse o pluralismo ouvindo economistas de outros quadrantes.
    Com este exemplo também demonstra, não podem colher as críticas de que a RTP é o canal de comunicação do Governo.
    Na minha modesta opinião, a RTP é o canal dos interesses e poderes estabelecidos em que os "pivots" (e "cabeças de cartaz") são escolhidos pelos "Donos de Portugal".

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  2. Toda a opinião e comentario politico existente nos canais televisivos está nas mãos do PSD. É incrivel como muito pouca gente se insere contra este ambiente claustrofobico que não se vê em mais nenhum lugar da Europa. A esquerda não se manifesta porque está dividida e porque certos sectores como o BE beneficiam da estratégia de tenaz anti-ps/socrates que os media delinearam. Existe uma esquerda que não se manifestou anteriormente, contra o festim mediático absolutamente obsceno do caso Freeport/face Oculta (e o que demais se inventou) chegando mesmo a participar em conluio com a direita no assassinato civico e politico de certas pessoas (a aliança entre o Semedo e o Pacheco fica para a historia). Essa esquerda não pode agora hipocritamente declarar que a direita ocupa os ecrãs todos. Pois ocupa, com a vossa complacência, basta que vos dêem um pouco de palco para atacar os vossos ódios de estimação.

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  3. Mas o que é que se pode esperar do José Rodrigues dos Cantos, perdão, dos Santos.!?
    É que se não for assim o fulano não vai buscar o dele, percebem.!.
    De qualquer maneira, uma das coisas que mais me irrita, nas muito poucas vezes em que vejo televisão, é aquela coisa de piscar o olho aos telespectadores.!
    Mas então o tipo é tótó ou quê.!
    Mas quem é que ele pensa que é.! Vá piscar o olho mas é ...á prima dele.!

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  4. E ainda há quem tenha a distinta lata de afirmar que este é canal serve de orgão de propaganda do governo?
    A RTP deveria optar por um modelo de contratação/formação de pivots/jornalistas saidos das faculdades. Se querem ganhar salários milionários que vão para a SIC e TVI!

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  5. sagaz, perspicaz, excelente.

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  6. Mas saberá sequer a RTP que existem outras correntes económicas? A ignorância é sempre maligna, mas nem sempre é malévola.

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  7. Caro José Luís Sarmento,
    Acredito que na maior parte dos casos (não só na RTP mas igualmente nas outras estações televisivas e nos meios de comunicação em geral), o monolitismo provenha do hábito instalado de chamar os que sempre foram chamados e, naturalmente, da preguiça (por parte dos jornalistas que se dedicam às questões económicas), que faz com que não procurem acompanhar os debates no seio da disciplina. Será portanto, como bem diz, uma ignorância maligna mas não malévola (na maior parte dos casos). O que contudo não minimiza as consequências "de facto".

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  8. Claro que é malévola, só por cobardia ou ignorância se poderá afirmar o contrario. Mas isso tambem é habitual. o recuo depois da critica o medo, a eterna palmadinha nas costas ...

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  9. Tipos desta massa é que precisamos, como o Luis sarmento e Nuno serras, nós podemos manipular tudo que para eles é tudo feito com a melhor das intenções, melhor melhor só o Pide Semedo..reparam naquele genuíno espanto de outro dia aquando da mudança do branquinho para a Ongoing? o Semedo até comia um chapéu... se fosse preciso..um tipo que lutou com ele para descobrir a manipulação vergonhosa dos media (essa sim malevola) por parte do governo..
    este flic-flac argumentativo augura ao nuno um bom futuro num futuro programa da rtpn, eu o garanto,
    saudações

    jose alberto remos
    (director rtpn)

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  10. Quantos destes senhores são de facto economistas? Que eu saiba nenhum

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