“O BCE tem de cometer a heresia de imprimir moeda e cair na tentação de inflacionar a economia. Temos de ser pragmáticos, tirar todas as palas dos olhos e do pensamento e aplicar as melhores soluções mesmo que sejam uma heresia monetária. A crise que vivemos é demasiado perigosa, é tóxica, sim, mas porque ameaça os pilares que garantiram a paz europeia durante mais de meio século.”
Helena Garrido
Nem mais. O financiamento monetário dos défices públicos é do mais elementar bom senso em situações de crise como a que vivemos, ajudando os Estados a combater o aumento do desemprego. De qualquer forma, os seus impactos inflacionários, certamente modestos num contexto de pressões deflacionárias e de desemprego de dois dígitos, não são nada comparados com o fim eminente do euro se nos mantivermos colados à ortodoxia inscrita em tratados atirados, de uma forma ou de outra, para o caixote do lixo da história. Além disso, um pouco de inflação é do melhor para quem está endividado: os rendimentos tendem a crescer a um ritmo superior ao do custo da dívida. Hoje o perigo é o oposto: em situações de deflação, o fardo real da dívida aumenta...
Fico sem perceber o que lhe parece pior. Eu reescrevia isto: "De qualquer forma, os seus impactos inflacionários, certamente modestos num contexto de pressões deflacionárias e de desemprego de dois dígitos, não são nada comparados com o fim eminente do euro se nos mantivermos colados à ortodoxia inscrita em tratados atirados, de uma forma ou de outra, para o caixote do lixo da história."
ResponderEliminarDeve então ser o povo alemão a sustentar o povo português? E quando o povo alemão se aperceber disso, vai continuar a querer sustentar-nos?
ResponderEliminarEduardo, o povo português é que tem sustentado o alemão ao comprar-lhe os produtos. De onde é que julga que vieram o Lidl e os submarinos?
ResponderEliminar1. O fim do euro é inevitavel, depois do pacto suicida de dia 9 de maio. Precisamente porque o stock de divida da italia, da espanha e possivelmente ateda frança, que neste momento já estão no limite do sustentavel (no caso da italia e da espanha) e algo abaixo disso no caso da frança, daqui por 2,3 anos vão estar muito para alem do sustentavel e vao obrigar estes paises a sair do euro e a monetizar as dividas. Isto levará ao inevitavel fim do euro.
ResponderEliminar2. Estas monetizações não são uma boa soluação, são apenas a consequência inevitavel das politicas irresponsaveis que têm sido seguidas.
3. A solução que o João Rodrigues defende, inflacionar a zona euro inteira e obrigar os alemães a pagar um forte imposto inflação para sustentar a irresponsabilidade de estados terceiros, é um obvio disparate. E é um obvio disparate poque:
a) os alemães não são assim tão estupidos e não vão pagar indefinidamente a estabilidade financeira dos piigs, sobretudo quando os piigs representam uma fração cada vez menor das exportações alemães; e mesmos que os alemães fossem nessa conversa era um disparate porque estavamos a inverter os incentivos. Estavamos a punir as economias mais eficientes com inflação e a subsidiar as economias altamente ineficientes dos PIIGS.
b) inflacionar a zona euro nem sequer é uma solução, mas apenas um cuidado paliativo, uma vez que o problema de fundo é que a maior parte dos estados da zona euro têm um nivel de despesa insustentavelmente superior ás receitas que têm.
4."Além disso, um pouco de inflação é do melhor para quem está endividado:"
Sem duvida, e do pior para quem foi responsavel e gerou poupança. Pessoas como eu, e como os poucos portugueses responsaveis que não vivem acima das suas possibilidades, vão ver as suas poupanças a valer muito menos porque o estado, não contente com a já astronomica carga fiscal ainda vai roubar as pessoas com o imposto inflação.
Adicionalmente, numa economia como a nossa que precisa desesperadamente de poupança, nada pior do que destruir ainda mais a pouca poupança que ainda existe e mostrar as pessoas que pouparam que afinal não vale apena poupar!
5."Eduardo, o povo português é que tem sustentado o alemão ao comprar-lhe os produtos. De onde é que julga que vieram o Lidl e os submarinos?"
Este comentario é de quem desconhece por completo os numeros. As exportações para Portugal são completamente insignificantes para a Alemanha. Portugal podia simplesmente deixar de importar produtos alemães que isso nem sequer fazia a bolsa de frankfurt fechar um dia no vermelho. E já agora o mesmo se aplica à grécia e à irlanda.
Tá visto que alguns dos comentadores não percebem que para haver países superhavitários tem de haver outros tantos déficitários. !!!!
ResponderEliminarÉ por isso que ao superhavit dos alemães correspondem os déficites de Portugal, da Grécia e de outros países.
É, pois, cristalino que somos nós a sustentar o povo alemão e não o inverso.
que estupidez. nós é que suportamos os alemães???
ResponderEliminarentão é assim que funciona: eles produzem bens, enviam-nos para Portugal, nós consumimos os bens e em troca ainda pedimos dinheiro emprestado para pagar os bens que eles próprios próprios produziram.
suponho que na sua família seja igual. os pais trabalham e produzem mas na prática os filhos é que os suportam porque sem eles os pais não teriam como gastar o dinheiro. Faz sentido.
Provavelmente um dos comentários mais idiotas que vi por aqui e olhe que a concorrência é forte
"Tá visto que alguns dos comentadores não percebem que para........
ResponderEliminar.........É, pois, cristalino que somos nós a sustentar o povo alemão e não o inverso."
O que me preocupa quando vejo este tipo de comentários é saber que uma grande maioria dos Portugueses anónimos, como o do comentário, são tão ignorantes que estão vulneráveis a este tipo de manipulações, e podem vir a ser usados pelos poderes instituídos no meio do caos que se avizinha.
Tá visto, este Carlos e este Pai Natal são uns supra sumos de primeira.!?
ResponderEliminarAfinal sempre temos alguém que percebe alguma coisa disto.!?