sexta-feira, 14 de maio de 2010
E agora, não lhe dizem que há coisas mais importantes com que se preocupar?
Quase sempre que algum partido ou movimento mais progressista em matéria de costumes vem propor alterações legislativas que consagrem o respeito pela diversidade de crenças e valores – foi assim com o divórcio, o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, etc. – há sempre umas personagens que surgem a reclamar que se anda a perder tempo com assuntos de importância menor, quando as atenções deveriam estar centradas no que é realmente importante (se por mero acaso vos vier à cabeça o João César das Neves não estranhem). Curiosamente, não damos por essa gente quando, num contexto de desemprego e profunda desigualdade, há um chefe religioso e de um pequeno Estado-enclave de Roma que nos invade o espaço mediático insistindo que os mesmos temas civilizacionais são afinal «dos mais insidiosos e perigosos desafios que hoje se colocam ao bem comum». O que se passa, tornaram-se tímidos de repente, foi?
Excelente observação. Essas mesmas pessoas que advogam que o momento é sempre inoportuno, que dificilmente se identificam com o sentido de liberdade que está associado à democracia, utilizam essa mesma democracia de um modo deturpado e a força das maiorias que lhe está associada, para manterem o "staus quo" e uns quantos ditames e legislação tradicionalista. Enterram a cabeça na areia nos momentos de crise, mas apesar disso ficam sempre com ouvidos atentos e prontos a desenterrarem os seus grandes Egos para criticar qualquer avanço no campo das liberdades individuais.
ResponderEliminarSegundo eles nunca é o melhor momento para falar de nada do que lhes não convém. Compartilho totalmente da opinião do autor.
Penso que alguns temas não são de "direito próprio" de mais à esquerda ou mais à direita, mas "a" serem defendidos com clareza e essencialmente com sinceridade, não para promover quem os defende, mas para o tema e só o tema ser defendido.
ResponderEliminarPosto isto, assumo que , deva ser defendido os seguintes temas e não quem os ataca ou defende:
- aborto
- testamento vital
- morte assistida.
Augusto Küttner de Magalhães
Exacto, no meio de uma das maiores crises de que há memoria, o mais urgente é discutir os direitos da bicharada.
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