"Ao ‘eixo’ partido da União Europeia junta-se a passividade dos estados que estão na primeira linha para um agravamento dramático da sua dívida pública. Portugal é apenas um deles.
Em suma, a menos que ocorra um milagre na Alemanha, o agravamento da crise ecónomica e financeira acabará por fazer saltar a faísca detonadora de uma crise política na UE no próximo ano. A interacção das várias crises conduzirá ao desmoronar da Zona Euro por insustentabilidade social, financeira e política. Nessa altura não vai haver condições para ponderar sobre o que será melhor para o futuro de cada estado-membro (benefícios e custos de ficar ou sair do euro). A partir de um dado momento a dinâmica dos acontecimentos será imparável."
Este texto foi escrito em Julho do ano passado. Na altura foi lido por muitos como uma especulação despropositada. No entanto, nessa data toda a informação disponível já apontava para este cenário. O problema, como sempre, reside nos óculos com que se lê a informação.
Hoje Angela Merkel vai fazer uma declaração solene destinada a 'acalmar' os especuladores. De pouco servirá se a seguir não forem dados passos concretos para uma nova política de crescimento pela procura interna na eurozona e uma nova regulação do sistema financeiro que o ponha ao serviço da 'economia real'. Em suma, só medidas que nos aproximem de uma nova constituição económica da UE podem travar a desagregação da eurozona. É que sem crescimento significativo na eurozona não há receitas fiscais que cheguem para pagar os salários nos hospitais, escolas, polícia, exército, tribunais, embaixadas,... reformas, pensões e todo o tipo de prestações sociais nos vários países. Um PEC recessivo aplicado a toda a eurozona fará retrair a procura interna de todos os produtos europeus, quer dizer, do nosso vestuário, calçado e hotéis ... e também dos automóveis e equipamentos alemães e franceses.
Se os Alemães perceberem isto, então ocorrerá o tal milagre. Contudo, nas palavras do Prof. Paul De Grauwe, "Angela Merkel não quer dar um euro antes da eleição de 9 de Maio, e nem sequer é claro o que é que fará depois." Realmente só um milagre pode salvar o euro. Sim, porque esta crise não diz respeito apenas aos países da Europa do Sul. Esta crise é o grande teste da viabilidade do euro e da actual arquitectura institucional da União Europeia. Dito de outro modo, ou nos salvamos todos ou nos perdemos todos. Só isto.
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Penso que se a ideia da Alemanha - hoje - é ficar a meio de tudo, a agradar aos alemães, por um lado - consumo interno! - e a não desagradar aos seus companheiros de route- Europeus visualização externa, não consumo!
ResponderEliminarNão vai conseguir!!
E se o não conseguir rebenta com a U.E.
E se rebentar com a U.E , já não é a Alemanha de "per si" uma potencial mundial que concorra com um Mundo Globbal...logo ..!!!???
O que quer!!!!!??? Como???
A.Küttner
É necessária uma nova arquitectura Europeia e um orçamento mais federal!Pode ser que a crise da Grécia sirva para pressionar os políticos nessa direcção,e acabar duma vez com a xenofobia de que os Países da Europa do Sul(Os Pig´s,lembram-se?))estão a ser vítimas!
ResponderEliminarDeutscland Über Alles!
ResponderEliminarHeil Merkl!
Wo ist Europa?...
"Esta crise é o grande teste da viabilidade do euro e da actual arquitectura institucional da União Europeia. Dito de outro modo, ou nos salvamos todos ou nos perdemos todos. Só isto."
ResponderEliminarIsto não era verdade até ao acordo de dia 9. A partir de agora se este plano for avante será de facto o fim do euro.