sábado, 5 de dezembro de 2009

Riscos e prioridades

"A maioria dos economistas com quem falei acredita que o grande risco para a recuperação decorre da inadequação dos esforços governamentais: o estímulo foi insuficiente e perderá efeito no próximo ano, ao mesmo tempo que o desemprego está a destruir a confiança, tanto dos consumidores como das empresas (...) [P]erante a maior catástrofe económica desde a Grande Depressão, correm-se muito mais riscos fazendo a menos do que fazendo a mais. É triste e é pena que a administração tenha perdido isso de vista." Paul Krugman no i. Se isto é assim nos EUA, imaginem numa Europa refém do BCE, de orçamentos comunitários residuais e de horizontes fechados por pactos "estúpidos" (Romano Prodi, lembram-se?). O Tratado de Lisboa, nunca é de mais repeti-lo, não altera uma linha nesta arquitectura desgraçada...

3 comentários:

  1. O défice orçamental português anda nos 8% do PIB. Para resolver os problemas dos portugueses, digamos assim, o défice deveria subir para que percentagem? E isso durante quantas décadas?

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  2. "O Tratado de Lisboa, nunca é de mais repeti-lo, não altera uma linha nesta arquitectura desgraçada..."

    Devemos então abandonar a UE?
    O Tratado de Lisboa não é, seguramente, o melhor tratado.

    Mas há maneira de o alterar agora? Não há.

    Parece então que, se não é recomendável abandonar a UE nem possível alterar o Tratado, a melhor atitude é adaptarmo-nos. Ou não?

    De que nos serve continuar a chorar?

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  3. Caro Fábio,
    "Simplesmente, não sabemos". Ninguém sabe. Duas questões para as quais não temos e nunca teremos, dada a sua natureza, resposta. Questão de incerteza radical. Sabemos que, neste contexto, tentar cortar na despesa ou no investimento públicos não vai ajudar em nada.

    Caro Rui,
    Neste momento não podemos sair e não podemos ficar. Resta-nos tentar compreender como é que chegámos aqui e quem é que nos colocou neste buraco (ideias, decisões, responsáveis...). E quem é que tem de se "adaptar". De qualquer forma, acho que tentar compreender não é o mesmo que chorar, embora as conclusões possam dar vontade de o fazer. Até porque estou convencido que este arranjo europeu é insustentável a prazo. Uma moeda sem dívida e sem orçamento é coisa que nunca se viu...

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