sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Simplex, outra vez não

João Galamba acha que qualquer governo razoável teria nacionalizado o BPN. Eu também acho. E acho que a esquerda socialista também acha. No entanto, os termos e os tempos da opção pela nacionalização podem ser criticados: teria sido preferível nacionalizar todo o grupo SLN e tê-lo feito mais cedo. A relutância em punir os accionistas e a complacência ainda toldam os actuais decisores políticos e têm custos. João Pinto e Castro, por sua vez, acha que fazer uma crítica a uma dada opção política, com base numa previsão mais do que plausível sobre as suas negativas repercussões orçamentais, exercício legítimo, indispensável mesmo em política, é próprio de mentirosos trampolineiros. O espírito eleitoral simplex perdura. E não nos esqueçamos que o banco público, onde o Estado já teve de fazer aumentos de capital para dar músculo para a operação BPN, emprestou vários mil milhões de euros para manter à tona uma instituição falida. Se a coisa tivesse sido mais bem feita, estes empréstimos do banco público, com elevadíssimo risco suportado pelos contribuintes, poderiam ter sido canalizados para outros sectores com menos risco e mais utilidade social (lembro que se defende um papel activo da CGD no combate à crise).

11 comentários:

  1. Atenção que o Galamba ficou mal linkado..

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  2. Este blogue já me está a meter algum asco. Meia dúzia de intelectualóides que repetem chavões «economicistas», que aprenderam na escola, e que não acrescentam nada de novo. Então, foi positivo nacionalizar o BPN?

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  3. ò diogo, costuma seguir assim tão de perto as coisas que lhe metem asco?

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  4. Costumo. Foi positivo nacionalizar o BPN, que será reprivatizado dentro de pouco tempo, depois dos contribuintes lá enterrarem mais de três mil milhões de euros?

    Haverá alguma inteligência neste blogue ou apenas retórica oca de indivíduos que julgam que são especialistas de economia?

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  5. Tenho tentado comentar nas caixas de comentários dos posts no Jugular do João Pinto e Castro referentes ao assunto em causa. Mas ele optou por me censurar. Não gosta que lhe digam a verdade da cara. Por isso, vou deixar aqui o texto (ligeiramente adaptado) da minha terceira tentativa:

    "JPC continua o mesmo desonesto de sempre. E agora também censor. Sabe muito bem que, da última vez que tivemos notícias das imparidades (sabe o que é?..) do BPN, elas iam em 1800 milhões de euros. Para pagar as dívidas do BPN, responsáveis por tal buraco contabilístico, a CGD tem andado a emprestar dinheiro ao BPN, com aval do Estado. Ou seja, se o BPN não pagar à CGD, é o Estado que lhe paga. Portanto, de forma indirecta, neste momento a CGD, que é um braço do Estado, já gastou efectivamente (um empréstimo é um gasto) bem mais do que o Estado gastou em medidas anti-crise. E, mais tarde ou mais cedo, a factura, que tanto quanto sabemos não será muito diferente do gasto até hoje executado pela CGD, vai chegar ao Estado e a todos nós.

    E, como, a CGD não fabrica dinheiro, os milhares de milhões que tem metido no BPN é dinheiro que a CGD não investe noutros sectores da economia, mais passíveis de, por exemplo, fazerem diminuir o desemprego. Percebeu agora, ou necessita que um dos seus alunos lhe faça um croqui?..."

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  6. nuno teles,

    Sou licenciado em economia. Não me insulte você a mim nem a vários milhões de contribuintes.

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  7. Diogo,

    quer desenvolver as suas certezas sobre o erro que foi a nacionalização do BPN no momento em que aconteceu (não nos termos em que foi feita, mas em absoluto), ou fica-se pelas referências banais aos contribuintes e aos milhões de euros gastos (e pelo débil argumento de que é licenciado em economia)?

    É que eu até gostava de ser convencido da posição que defende, mas até agora não fui.

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  8. "E, como, a CGD não fabrica dinheiro"


    Ai não?? Todos os bancos "fabricam" dinheiro. suponho que já tenha ouvido falar em reservas fraccionadas.

    Aliás... esse é um dos problemas que muito contribuiu para a actual crise económica.

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  9. Ricardo Paes Mamede,

    Tenho alguma dificuldade em compreender a sua questão.

    Como sabe, ao contrário de tudo o resto, os bancos apresentam lucros crescentes «em tempos de crise».

    Donde, porquê fazer os contribuintes pagar mais de 3 mil milhões de euros desviados por ladrões?

    Não sou eu que lhe tenho de explicar o absurdo. É você que me tem de explicar a mim.

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