Não há nada que ponha os defensores do decadente status quo mais nervosos: convergências à esquerda, sobretudo em matérias orçamentais. Este nervosismo é uma bússola. No próximo orçamento fazem-se as primeiras escolhas deste governo: protecção dos serviços públicos e dos desempregados ou protecção do capitalismo tóxico? Se o nervosismo com grande visibilidade pública se agitar, ter-se-á dado uma boa resposta. Um orçamento em tempos de crise não se faz sem conflitos. É preciso escolher os que valem a pena, os que podem reduzir a toxicidade do capitalismo português. O resto da minha crónica semanal pode ser lido no i.
Vale a pena ler Manuel Esteves no DE sobre as irredutíveis mais-valias: "Estamos no ano 2009 depois de Cristo. Todas formas de rendimento são taxadas pelo Estado. Todas? Não! As irredutíveis mais-valias de acções ainda resistem ao fisco. E a vida não é nada fácil para aqueles que pretendem tributá-las." A vida não é mesmo nada fácil para quem luta pela justiça social. O dinheiro concentrado é uma poção com poderes mágicos...
"Comece-se o árduo trabalho de eliminação das parcerias público-privadas, engenharia neoliberal intrinsecamente opaca e ruinosa para os contribuintes."
ResponderEliminarIsto sim, seria interessante.
Agora financiar grandes obras públicas com mais PPPs e entregas de monopólios (aeroportos) não parece ser uma grande ideia.
Um orçamento ou um ornamento? Não percebi bem.
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