«Resultados esmagadores em todos os sectores, menos na banca onde, mesmo assim, existe uma maioria em favor do público. Estes resultados mostram bem o desfasamento entre o que querem as pessoas e o que têm feito os últimos governos. Mostram também como a prioridade à luta por serviços públicos de qualidade é um desígnio estratégico para a esquerda de hoje. Querem perceber a desilusão dos cidadãos com os "políticos"? Olhem para a política do centro à luz destes gráficos». José Guilherme Gusmão, membro dos Ladrões de Bicicletas e cabeça de lista da esquerda socialista por Santarém (a discursar em Riachos na foto...), comentava assim o resultado desta sondagem da Visão em Março.
A proposta de controlo público do sector da energia está ancorada em razões fortes – nacionalizações necessárias – e, a avaliar por esta sondagem, a maioria dos cidadãos percebe isso. Ao contrário do que se escreve por aí, o programa de nacionalizações é moderado e circunscrito. Como afirmou ontem José Manuel Pureza em Coimbra, o que é radical é a realidade do fracasso do controlo privado de bens públicos essenciais.
Já agora, vejam os cálculos de Zé Miranda no excelente blogue de economia Da minha profunda ignorância: "Se hipotéticamente (porque não é a realidade) algum partido que concorresse às eleições tivesse a intenção de, na condução da política economica, nacionalizar as instituições a que a noticia faz referência [do DE], será que seria mesmo um mau negócio para o estado?"
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