sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Fazer como a direita

No Reino Unido, maiorias esmagadoras são a favor de iniciativas que ponham fim ao pernicioso regime neoliberal, feito de galopantes desigualdades salariais e de bónus milionários e assimétricos. O relaxamento da terceira via face ao aumento das desigualdades, cujas consequências socioeconómicas estão bem estudadas, é desafiado por uma campanha dinamizada pela ala esquerda do Labour, que tem em Jon Cruddas um líder capaz e no Compass um interessante centro de difusão de ideias.

Em Portugal, a esquerda socialista conseguiu uma maioria para um pacote de medidas que limitaria esta pouca-vergonha: “4 administradores receberam 2,245 milhões de euros mais 3,8 milhões de prémio plurianual relativo ao mandato de 2006/2009, somando mais de 6 milhões de euros no total”. Medidas sensatas para acabar com o abuso de poder dos gestores de topo e para reduzir as desigualdades num país onde o fosso salarial não cessa de se aprofundar. O PS aprovou na generalidade para depois ceder ao empresarialmente correcto na especialidade. Os Vítor Baptistas desta vida servem para todos os oportunismos socráticos. Para fazer como a direita. Também aqui se traçam linhas. A esquerda socialista não hesita em ir para lá da placa que diz “proibida a entrada a pessoas estranhas ao serviço”. O PS ainda tem medo. Muito medo e respeitinho. Até quando?

3 comentários:

  1. O ps tem medo até de si mesmo

    e tem sócrates razões para também

    ter medo quando se vê ao espelho

    da sua ala esquerda

    De que ps estamos a falar?

    Sim sim.

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  2. Uma vez que o sentido para a existência actual do PS é ganhar eleições só quando os partidos à esquerda do PS significarem o mesmo que vale actualmente o próprio PS ou PSD, isto é, trinta por cento dos votos, é que ele vai ter um sobressalto ideológico.

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  3. O PS limita-se a dar continuidade ao que tem feito nos últimos trinta anos, onde é que está a surpresa?

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