domingo, 5 de julho de 2009

Leituras sobre os manifestos

«No momento em que escrevo, os portugueses dispõem de duas visões muito diferentes sobre como sair da crise em que nos encontramos. De um lado, o "manifesto dos 28" e, do outro, o "manifesto dos 52". Para o primeiro, a solução é o limite do endividamento, o que implica uma drástica redução do investimento público, fonte de muitos males, sendo os maiores o TGV, o novo aeroporto e as auto-estradas. Para o segundo, a prioridade é a promoção do emprego e a capacitação económica, o que implica um forte investimento público (não necessariamente nos projectos referidos) pois só o Estado dispõe de instrumentos para desencadear medidas que minimizem os riscos sociais e políticos da crise e preparem o país para a pós-crise». O artigo de Boaventura de Sousa Santos na Visão está disponível aqui.

O provedor do leitor do Público debruça-se sobre a cobertura que o jornal deu aos vários manifestos. É uma análise detalhada e que expõe bem a forma como a agenda política neoliberal de José Manuel Fernandes se sobrepôs, uma vez mais, aos mais básicos critérios jornalísticos. Não deixem de ler: «o jornal reconhece a existência de erros neste processo [o director não, claro] e tem procurado emendar a mão, dando agora o mesmo relevo aos três manifestos no seu site (...) O problema é que não existe segunda oportunidade para se causar uma boa primeira impressão».

1 comentário:

  1. Li os manifestos e os dois primeiros não me parecem assim tão antagónicos. Nem os primeiros rejeitam todo o investimento público nem os segundos defendem que se pode gastar sem qualquer limite. Como ninguém defende propriamente o NAL nem o TGV e como ambos até propõem áreas de investimento semelhantes, não haverá maneira de conciliar as duas visões em vez de realçar as diferentes trajectórias ou posições políticas dos subscritores?

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