O Ministério da Educação recorre agora à ameaça, explícita, face-a-face, através dos seus directores regionais.
Recorde-se que não foi pelo mérito profissional que estes dirigentes foram recrutados. Foram indicados ao Ministério pelas estruturas do partido. Portanto, em princípio, gente disciplinada e disposta a tudo. É a hora da verdade para o Primeiro-Ministro que conta com o medo como poderosa arma de divisão.
O filósofo José Gil discute esta faceta da cultura portuguesa no livro “Portugal, Hoje – O Medo de Existir” (capítulo: “De que é que se tem medo ?”). Mais recentemente, conclui assim um artigo na Visão (2.Outubro.2008):
“No processo de domesticação da sociedade, a teimosia do primeiro-ministro e da sua ministra da Educação representam muito mais do que simples traços psicológicos. São técnicas terríveis de dominação, de castração e de esmagamento, e de fabricação de subjectividades obedientes. Conviria chamar a este mecanismo tão eficaz, “a desactivação da acção”. É a não-inscrição elevada ao estatuto sofisticado de uma técnica política, à maneira de certos processos psicóticos.”
(Figura via Cantinho do Mundo)
Há de facto medo na sociedade portuguesa!
ResponderEliminarAs pessoas começam a ter medo de dizerem-se sindicalizadas. Uma reclamação ou um recurso fundamentados por alguém, que se ache no seu direito e que se sinta prejudicado pelo incumprimento da lei, é considerada uma afronta…
Muitas vezes a resposta é a “lei do silêncio”, à Siciliana, ignorando simplesmente.
O poder protege-se, paira a ameaça: “Quem não está connosco, está contra nós”.
Até quando este Estado “Grande Irmão”?
Porém, essa "desactivação da acção" não está apenas presente na educação nem apenas presente em Portugal. É mágoa
ResponderEliminarSócrates nem sabe o que lhe espera - desobediência civil -
ResponderEliminarHá profs a ceder, poucos.
Li os comentários. Li também o Gil.
ResponderEliminarA culpa é vossa , dos que sabem , e cultivam o saber como inacessível. Chamam-lhes ignorantes ,aos que vos põem a comida na mesa. Mas palavras eu não como , como batatas.
A deslocalização de empresas é fútil comparado com a deslocalização daquilo que é verdadeiramente necessário ao ser humano. Com fome nem sequer pensavam em debitar palavras. O sector terciário , parasitário , onde vocês se enquadram , é o primeiro a ir á vida quando os calos apertam. É bom que tenham consciência disso. Da vossa futilidade. E de como , quando já nos triplicam ou quadraplicam , nos asfixiam.