segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
A crise de um modelo II
Já que temos vindo a falar da crise do modelo anglo-saxónico de capitalismo, e para manter o mesmo registo, esta recensão a um livro com o expressivo título Quem governa a Grã Bretanha? Como os super-ricos estão a mudar as nossas vidas, mostra bem o que acontece aos princípios trabalhistas quando se está «intensamento relaxado» com a acumulação de riqueza em poucas mãos e se decide mergulhar «na água gelada do cálculo egoísta» (Marx e Engels). Durante muito tempo a Grã-Bretanha pareceu apontar o caminho para a conversão definitiva da social-democracia às maravilhas de um sistema que, segundo Marx e Engels (citados na recensão), funcionaria pelo «ininterrupto abalo de todas as condições sociais, a incerteza e o movimento eternos». A crise é também a crise de um movimento que desistiu de procurar humanizar o capitalismo para passar a seduzir os especuladores e «empreendedores» desengravatados. O «novo trabalhismo» tem Richard Branson. O «socialismo moderno» tem Joe Berardo.
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