Há quase dez anos participei na manifestação organizada pela CGTP, aquando da cimeira de Lisboa do consulado guterrista. Na altura, os 30 mil manifestantes foram entendidos como prova de força do movimento sindical em Portugal.
Segundo o site do Expresso, cerca de 200 mil pessoas manifestaram-se hoje no Parque das Nações «em protesto contra a política económica e social em Portugal e em defesa de uma Europa com direitos sociais e emprego». É notável como os trabalhadores portugueses conseguiram aproveitar esta oportunidade para uma das suas maiores (a maior dos últimos vinte anos?) mobilizações de sempre. Mostra que perceberam as implicações do actual rumo do processo de integração europeia.
Por outro lado, o Partido Socialista não pode continuar a afirmar que se trata só de mais uma mobilização dos partidos à sua esquerda. Como afirmava Jerónimo de Sousa há dias: «Era bom que assim fosse...». Seis anos de estagnação económica, taxas recorde de desemprego e uma desigualdade gritante explicam como, provavelmente, estiveram nesta manifestação muitos dos que elegeram Sócrates.
PS- Entretanto em França, a greve dos trabalhadores dos transportes, em luta contra a reforma dos seus regimes de segurança social, foi um sucesso total. Em Paris, só a linha 14 do metro funcionou normalmente...curiosamente, a única totalmente automática. Nem o anúncio do divórcio presidencial pode esconder o que parece ser um novo «Inverno do descontentamento», à imagem de 1994.
Eu lembro-me dessa manif. Lembro-me de ter ficado bem impressionadao com a forca ali expressa.
ResponderEliminarNostalgia.
Não entendo o objectivo do post! O que está a tentar dizer? Somos a favor (e eu incluo-me nessas pessoas) de uma Europa com direitos sociais e emprego (o mais importante de tudo menores desigualdades sociais)! Mas o que propõe concretamente para ultrapassar o problema? Manter a função pública com os actuais beneficios e desigualdades face ao privado? Aumentos acima da inflação? E quem paga isto tudo? Aumentam-se impostos?
ResponderEliminarNuno,
ResponderEliminarUma breve "tour" pelo blogue responde certamente às suas dúvidas.
POrque é que quando se comparam trabalhadores públicos e privados, e se conclui que há assimetrias, a solução é sempre nivelar por baixo?
ResponderEliminarA questão de l.rodrigues é ainda mais pertinente se tivermos em conta que noutros contextos, por exemplo em frança, a luta pela manutenção dos regimes especiais de segurança social para os trabalhadores dos transportes conta com o apoio de mais de metade dos franceses.
ResponderEliminardiria que a resposta está por aqui:
http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2007/06/esquerda-gramsciana.html
"Mas o que propõe concretamente para ultrapassar o problema?"
ResponderEliminar"Manter a função pública com os actuais beneficios e desigualdades face ao privado?"
Acabar com o privado. Só assim se acabam com as desigualdades. Só quando tudo for de todos é que o sol brilhará, se ainda não sabe, fica a saber. Chama-se democracia económica mesmo que os neo-liberais o chamem de totalitarimo.
" Aumentos acima da inflação? E quem paga isto tudo? Aumentam-se impostos?""
Em uma primeira fase nacionaliza-se tudo e expropria-se quem mais tem. isso daria tempo para concentrar toda a força nos dignos representantes do povo que garantiriam o amor à igualdade e afastariam os contra-revolucionários.
Não há perguntas inconvenientes se sabe a cartilha.
By the way..
ResponderEliminarO título "muitos mil" parece extraído de um panfleto de Mao.
Muito, muito bom.