segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Optimismo?

A vida não está fácil e os tempos são mesmo sombrios para quem está na margem esquerda. Nestas alturas é grande a tentação para tentarmos descortinar algumas tendências positivas, por muito frágeis que sejam, mesmo quando no fundo sabemos que o quadro geral é mau.

A análise crítica do processo de integração europeia tem sido particularmente prejudicada por um infundado principio da esperança. E isto só é reforçado quando lemos, ouvimos ou falamos com intelectuais progressistas do outro lado do Atlântico. Aí a tendência para a idealização é ainda maior. São o espelho distorcido que alimenta a ideia de que os sacrifícios valem a pena em nome da construção de uma entidade política contra-hegemónica que no futuro irá estar em condições de aplicar as políticas que todos defendemos numa escala mais apropriada para os novos tempos.

Gostava de partilhar este optimismo. A sério. Mas não consigo. E depois de ler este excelente texto de James Galbraith, filho de J.K. Galbraith e um dos melhores economistas keynesianos norte-americanos menos ainda. Um desafio: em que medida é que o tratado cria condições para contrariar as tendências polarizadoras que Galbraith tão bem identifica?

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