«O Conselho para a Globalização, iniciativa que lancei há um ano, tem agora uma nova reunião em Sintra. Líderes empresariais portugueses e estrangeiros vão debater os desafios actuais, reflectir sobre os riscos e as oportunidades da economia global e partilhar experiências».
Quem o diz é Cavaco Silva, hoje no Público. Será que um dia se vai lembrar de reunir sindicalistas do mundo inteiro que procuram contrariar o poder de negociação desmesurado que têm hoje as multinacionais face às organizações de trabalhadores em todo o mundo? Ou as associações ambientalistas que combatem a delapidação do património natural? Ou as várias ONGs que lutam por um acesso generalizado aos medicamentos pelas populações sem recursos financeiros (enfrentando a oposição das grandes empresas farmacêuticas, escudadas nas regras da Organização Mundial do Comércio)? Ou ainda as organizações de agricultores que denunciam a assimetria nos processos de liberalização dos mercados (que tendem sistematicamente a beneficiar as exportações do países mais ricos) ou o crescente controlo dos mercados pelas grandes empresas agro-industriais - factores que os remetem para uma situação permanente de vulnerabilidade, dependência e crescente empobrecimento?
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