Acaba de sair, editado pela Gulbenkian, o Sistema Nacional de Economia Política da autoria de Fredrich List (1789-1846), considerado um dos fundadores da Escola Histórica Alemã, uma das mais interessantes correntes do pensamento económico.
Por falta de tempo, deixo-vos, por agora, uma passagem: «É uma regra de bom senso que, chegando ao cimo, se retira a escada pela qual se subiu para não deixar aos outros o meio de treparem a seguir a nós (...) Uma nação [Inglaterra] que, através de medidas proteccionistas e limitações à navegação, desenvolveu a sua manufactura e navegação a tal ponto que nenhuma outra nação consegue entrar em livre concorrência com ela, não pode fazer nada mais inteligente do que arremessar a escada da sua altura, pregar às outras nações as vantagens da liberdade do comércio, reconhecer arrependida, que estivera até ao presente no caminho do erro e que só agora chegara ao conhecimento da verdade».
Os países em desenvolvimento têm em List um dos seus grandes pontos de apoio para uma política de «educação industrial» com recurso ao proteccionismo selectivo e temporário. Na verdade, a riqueza das nações nunca deixou de passar por aqui.
Pegunta básica: o que entende por proteccionismo selectivo?
ResponderEliminarNunca houve desenvolvimento sem protecção, intervenção estatal,...
ResponderEliminarProteccionismo selectivo: sistema de apoios (I&D, formação...) e de protecção face à concorrência internacional de países mais avançados (tarifas alafandegárias) que alteram a matriz de preços que certos sectores (os que queremos ver florescer) enfrentam. "Getting the prices wrong". A estrutura de especialização de uma economia não é neutra. List foi um pioneiro na concepção de estratégias de desenvolvimento nacional. Todos os países que foram bem sucedidos usaram (e continuarão a usar) muitos dos métodos preconizados por List. Por isso continua tão actual.
ResponderEliminarE proteger o país da entrada de produtos estrangeiros não é também promover monopólios/oligopólios dentro de fronteiras?
ResponderEliminarNão, é proteger os seus cidadãos e as suas actividades. É exactamente em nome dos consumidores que se está a tornar a maioria das pessoas pobres.
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