terça-feira, 18 de setembro de 2007

Desigualdade

Artigo do Público sobre um relatório da OCDE (Education at a Glance 2007): (1) analisando uma série de indicadores, Portugal é o país da OCDE «onde tirar o curso mais compensa» em termos de crescimento dos rendimentos auferidos ao longo da vida; (2) Portugal é um dos países da OCDE onde as origens de classe mais influenciam o percurso escolar dos indivíduos («os filhos de licenciados têm 3,2 vezes mais probabilidade de tirar um curso do que seria normal»). Isto quer dizer, como aliás seria de esperar no país mais desigual da Europa, que existem poderosos mecanismos de transmissão intergeracional das desigualdades materiais. Depois venham-me falar de mérito. Os valores do mérito ou da excelência só podem florescer em sociedades que conseguiram bloquear muitos dos mecanismos que fazem com que os destinos das pessoas fiquem selados pela «lotaria da vida». Sociedades que apostaram na igualdade.

2 comentários:

  1. O direito de dispor do património inclui naturalmente o direito de deixá-lo aos filhos.

    Nada mais justo para quem teve como objectivo de vida deixar uma vida confortável aos seus descendentes (leia-se aos SEUS, não os DOS OUTROS).

    A esquerda intelectual bem-pensante nada entende dos afectos humanos. Mas algo torna-se para mim claro: os afectos tal como definidos pela esquerda, aqueles que decretam a sua repartição igualitária nada têm a ver com afectos.

    Cada vez se torna mais fácil reconhecer o verdadeiro amor numa sociedade desvirtuada pela amargura de quem tudo deve ao fracasso: os verdadeiros afectos são sempre objecto de inveja.

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