É necessário fazer um desenho sobre o sistema imperialista em ação.
Nós, abaixo-assinados, docentes e investigadoras/es a trabalhar no ensino superior e na investigação em Portugal, nas diversas áreas das ciências, artes e humanidades, consideramos que a nossa consciência, os códigos deontológicos que nos regem e o conhecimento que produzimos e transmitimos nos impõem a condenação da violência que vem sendo infligida ao povo palestiniano pelo Estado de Israel. A presente tomada de posição revela-se necessária e urgente face à ofensiva militar em curso contra a população civil palestiniana, em violação do direito internacional humanitário e dos direitos humanos. Esta operação resultou, até ao momento, em mais de 50 mil mortos — entre os quais se estima que cerca de um terço sejam crianças —, para além de um número elevadíssimo de feridos. A ofensiva tem igualmente conduzido à destruição sistemática das infraestruturas essenciais da Faixa de Gaza, ao deslocamento forçado de centenas de milhares de pessoas, ao bloqueio prolongado do acesso a bens fundamentais e à disseminação de fome em larga escala.
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Não podemos ser – nem seremos – cúmplices de invasões militares, de ocupações coloniais, de formas de discriminação sistemática, de regimes de apartheid e de práticas que configuram crimes contra a humanidade, incluindo o genocídio. Em nome da nossa humanidade comum, e com base nos princípios éticos e de responsabilidade social que regem o ensino superior e a investigação científica, instamos as nossas instituições – universidades, centros de investigação e demais estruturas académicas – a tomar uma posição clara e firme de solidariedade com o povo palestiniano. O silêncio, perante tamanha violência e destruição, não é neutro: é conivente.
Como menos visibilidade mediática, mas muito mais clareza sobre o que está de facto em jogo, mais de mil trabalhadoras/es do ensino e da investigação já subscreveram um Manifesto pelo passado, presente e futuro da Palestina que contraria o colapso ético-político da academia portuguesa já aqui denunciado, com as devidas exceções valorizadas, claro. É ler o resto e subscrever, por favor.
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