terça-feira, 12 de novembro de 2024

Livrai-nos dos verdes com bombas, livrai-nos do Livre


Os verdes alemães, através da sua ministra dos Negócios Estrangeiros, apoiaram incondicionalmente o genocídio: um partido que já foi pacifista é agora uma parte crucial da desgraça moral da elite política alemã. Espero que colapsem. Só se podem queixar do seu liberalismo, da austeridade perpétua às pseudopolíticas ambientais, as que sobrecarregam os de sempre. 

Saiu há uns tempos uma sondagem em que cerca de 60% dos alemães se declarava contra a continuação do criminoso envio de armas a Israel. A maior base de apoio a esta política genocida está nos verdes: “verdes com bombas”, como disse Daniela Gabor, economista e ecologista britânica, na altura. 

O Livre permanece silencioso em relação a um partido muito importante na sua existência: o cosmopolitismo alardeado não pode confundir-se com o internacionalismo consequente, confirma-se. O Livre subscreveu uma tomada de posição que representou uma ingerência inaceitável dos verdes europeus, ou seja, alemães, na vida dos verdes dos EUA. Queriam que a candidata verde desistisse. Jill Stein respondeu bem: metam-se na vossa vida, parem mas é de apoiar o genocídio.

O Livre foi em romaria à embaixada israelita em dezembro passado, em pleno genocídio e tem agido sonsamente em conformidade, afinal de contas. Está alinhado com a história intelectual liberal pouco recomendável, promovida por Rui Tavares, seu fundador, no que questão colonial diz respeito, por exemplo. 

O Livre, que existe no Twitter e na AR, é um partido curioso: tem alguns quadros radicalmente de esquerda e com muito valor, embora geralmente euro-iludidos, mas é a favor da NATO, sendo federalista e logo militarista, colocando esperanças em Draghi e tutti quanti. Já disse querer negociar com a direita, ou não disputasse algum eleitorado liberal à IL. Já não sei quem disse: “IL com empatia”. Seletiva a empatia, claro. 

Dizem-me – pessoas que, entretanto, abandonaram o partido – que há ali elementos de culto da personalidade, ou não tivesse o seu fundador subido para um palco do São Luís, como se dissesse: agora tenho um partido. E é como se tivesse, realmente. 

Organizam americanices individualistas, como as primárias, com grandes trapalhadas, e depois boicotam vencedores, como o ingénuo Paupério, que desagradam ao fundador. E há mais, incluindo RBI, semana de 4 dias e outras frescuras inconsequentes, mas não tenho tempo, nem paciência. 

Sim, livrai-nos do Livre, um partido que pretende partir a esquerda para a unir pela direita; e daí as simpatias liberais e da comunicação social, apostada em que esta promovida oferta condicione a procura.

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