Se o britânico John Maynard Keynes (1883-1946) foi o principal economista da primeira metade do século XX, o norte-americano John Kenneth Galbraith (1908-2006) foi o principal economista da segunda metade, ou pelo menos o principal a não ganhar o prémio que passa por Nobel em Economia. Atribuído pelo Banco Central da Suécia, este prémio serviu sobretudo para consolidar academicamente o neoliberalismo, sendo esta uma forma de economia política contra a qual este keynesiano-institucionalista lutou até ao último sopro.
Este ano, a editora Actual editou um dos seus livros, A Sociedade da Abundância, publicado originalmente em 1958 e alvo de reedições, com alterações aqui e ali, até 1998. Numa ciência económica desmemoriada, graças à limpeza curricular de quase tudo o que possa colocar os estudantes de licenciatura a pensar criticamente sobre o mundo que os rodeia, e num panorama editorial dominado por iniciativas liberais, é sempre bom ver um livro social-democrata destes nas livrarias. Oferece-nos uma elegante caixa de ferramentas, afiadíssimas pela ironia e por um estilo exemplar de escrita.
O resto da crónica pode ser lida no setenta e quatro.
The fake Nobel.
ResponderEliminarDo que tenho visto dos economistas o primeiro cuidado a ter é perceber onde se situam ideologicamente. A explicação com números vem a seguir.
Há alguns princípios de base, evidentes, que nenhum pode perder de vista, à esquerda e à direita. A partir daí, como numa canção antiga, Natal é quando um homem quiser.