sexta-feira, 16 de outubro de 2015

«Medo de que alguma coisa mude no que tem estado tão bem assim»


«No meu tempo de criança, dizia-se que os comunistas comiam crianças ao pequeno-almoço, e muitos acreditavam, talvez porque fosse mais provável do que no Vaticano. Tentando despertar velhos fantasmas, as capas dos diversos jornais portugueses falavam no PREC e o Expresso tinha um mural comunista na sua edição online. Depois de semanas a distribuir a biografia do Hitler, agora estão em pânico com o PREC. Pinto Balsemão está com ataques de anacronismo. Percebo o descontrolo, em 15 dias perderam o Governo e a indústria alemã como exemplo. Só falta o Marcelo ser um travesti.
No fundo, tudo isto se resume a um medo terrível de que alguma coisa mude no que tem estado tão bem assim. Tudo pela tradição que aqui nos trouxe. Até a lógica do deve fazer Governo o partido mais votado, com o apoio do outro do arco, é a mesma da praxe: se não fizeres, és excluído. Não vem na lei, mas é tradição. Estamos perante a chamada Democracia de Barrancos. O melhor é matar o animal.»

João Quadros, Papão nosso que estais no céu

5 comentários:

IsabelPS disse...

Ele não ia emigrar? Ou era só se os pafúncios ganhassem as eleições?

Dias disse...

Muito bom!
Vivemos efectivamente na Democracia de Barrancos. Só do facto de três partidos de fora do “mitológico Arco” se sentarem à mesa para encontrarem pontos de convergência (não foi para entrar na clandestinidade!), o chinfrim que se levantou.
Será desta que cai o muro?

Anónimo disse...

Cá por mim acho que esta gajada do PSD e do CDS não regula bem da pinha. Então os gajos não conseguem governar sózinhos (porque cerca de 60% do povo português não quer isso)e os tipos ainda assim querem governar.? Mas com que programa.? De uma coisa não há dúvida, eles não devem saber fazer contas (sabem martelar o orçamento, isso sim, mas isso é outra conversa...).
É que no novo Parlamento a maioria dos deputados são do PS, do CDU e do BE e por isso eles só serão governo se algum destes partidos lhes der cobertura. Só que, se isso acontecer, esse partido estará a auto-destruir-se.
Veja-se só, por ex, o que aconteceu ao Pasok na Grécia e vai acontecer ao SPD na Alemanha. E não venham falar que quem ganha eleições é que deve governar ainda que com maioria relativa como foi o caso da PAF (pode ser que passe a PIF ou a PUF ou ao raio que os parta...) porque se não tem maioria absoluta é porque a MAIORIA não quer PAFs ou quaisquer espécies semelhantes a governar.

Jose disse...

Cervca de 20% dos portugueses têm por opção política roubarem uns outros 20-30% instiuindo o socialismo e provavelmente provocando a miséria geral.
Os restantes 40-50% estão de acordo em colocarem-se do lado dos que não querem ser roubados.
Os 20% reclamam dos 80% que deve ser-lhes reconhecido o direito de acesso ao poder, para melhor poderem organizar o assalto.
Invocam para tal um direito democrático.
Um caso a merecer cuidada ponderação...

Anónimo disse...

Interessante esse comentário acerca dos medos do Balsemão. E o Balsemão é homem para saber os segredos dos seus colegas, um Lord Ashcroft português. Ele não terá interesse em revelar nada agora mas deve saber o que pode ser revelado. Vá alguém remexer nos arquivos e nas memórias dos anos 80 sobre os candidatos nesta eleição, que promete disputa renhida, sabe-se lá o que pode saltar para fora. Sim, pode estar com medo disso.
Será que vai valer tudo? Tempos interessantes. Com certeza os eleitores merecem conhecer as biografias e o carácter das pessoas em quem vão votar, não apenas as cortinas de fumo que a imprensa cor de rosa se presta a espalhar.