segunda-feira, 4 de agosto de 2014
ATTAC: A banca e o BES em debate
«A actual crise no Banco Espírito Santo é a maior de sempre no sistema bancário português. Com um resultado negativo recorde de quase 3 600 milhões de euros no primeiro semestre de 2014, o BES é mais um exemplo desastroso de uma crise financeira que se arrasta há quase seis anos. Em Portugal, nenhum banco saiu incólume. Só graças aos empréstimos de curto prazo do Banco de Portugal e aos fundos para a recapitalização da banca é que os bancos portugueses têm sobrevivido. Os apoios públicos não têm tido, no entanto, qualquer contrapartida por parte da banca, nem na gestão dos seus balanços, assumindo de vez as perdas totais de forma a permitir uma saudável retoma da sua actividade, nem nas suas prioridades de concessão de crédito, nomeadamente na urgente recuperação do investimento produtivo e criador de emprego.
Com uma banca que hoje só serve de lastro à economia portuguesa e um modelo de sistema financeiro que está na origem da actual crise económica, é urgente debater no espaço público o que realmente mais importa – as políticas públicas e a redefinição do sistema financeiro de modo a torná-lo compatível com o interesse público e o desenvolvimento económico e social do país. Sabemos da necessidade de um sector bancário saudável para uma economia saudável, mas não estamos dispostos a pagar a mera socialização das perdas privadas. A falência do actual modelo deve ser pois uma oportunidade para colocar a banca ao serviço do emprego e do progresso social.»
Organização: Attac Portugal
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7 comentários:
Só graças aos empréstimos de curto prazo do Banco de Portugal e aos fundos para a recapitalização da banca é que os bancos portugueses têm sobrevivido.
(1) Os empréstimos de curto prazo não são feitos pelo Banco de Portugal e sim pelo Banco Central Europeu. Ou não?
(2) Empréstimos de curto prazo não podem servir para manter viável um banco a longo prazo.
(3) Há montes de bancos portugueses que não foram recapitalizados pelo Estado e que se mantêm de pé. É falso que a banca portuguesa, na sua generalidade, só esteja a sobreviver graças a recapitalização pelo Estado.
Aspas? Porquê? Vem donde?
Caro Albino M., o texto é da ATTAC, no âmbito da divulgação do debate.
Luís lavoura,
1- A ELA aparece no balanço do Banco de Portugal, que é uma sucursal do BCE.
2- e então?
3- BES, BPI, BCP, Caixa, Banif, BPN. Qual era mesmo a quota de mercado destes bancos em 2007?
Nuno Teles
Nuno Teles,
(1) O Banco de Portugal é de facto parte do BCE. Mas é o BCE quem fornece os fundos.
(2) Os bancos portugueses têm sobrevivido durante muitos anos, e isso não pode ser devido aos empréstimos do BCE, os quais são meramente de curto prazo (há uns excecionais de prazo mais longo).
(3) Eu não sou cliente de nenhum dos bancos que mencionou. Trabalho com o Montepio e com o Crédito Agrícola, e nenhum deles precisou de massa do Estado para se manter de pé.
Luís,
Operações de curto prazo como o target e a emergency liquidity assistance aparece no balanço do Banco de portugal.
Os empréstimos de longo prazo do BCE (LTRO) foram decisivos para manter a banca portuguesa à tona, nomeadamente os maiores bancos privados, BCP e o BES. Ver aqui:
http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2012/03/bancos-zombie.html
Tenho toda a simpatia pelo Montepio e Crédito Agrícola, mas a verdade é que sem recapitalização pública a generalidade da banca, senão mesmo todos devido ao contágio, já teria sido "resolvida".
Olá,
Gostaria que alguém me esclarecesse alguns pontos:
- O que são obrigações subordinadas e quais as diferenças para as "obrigações"?
- Como é que eu sei que as obrigações que tenho são subordinadas? Por vezes dá-me ideia que nem os próprios bancos sabem distinguir obrigações de obrigações subordinadas...
Ex: Tenho obrigações da CLN SLFPortugal - Emitente Espirito Santo Investimento - Entidade Referência - Espirito Santo Financial.
Obrigado :)
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