«A partir do próximo ano, os organismos públicos vão poder "alugar" trabalhadores do sector privado durante um determinado período para fazer face a necessidades provisórias». No DN de hoje. É disto que o sector privado rentista gosta: a administração pública em acelerado processo de «mimetismo mercantil». Um passo mais na sua progressiva transformação em nova e cada vez mais promissora área de negócio.
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8 comentários:
Olha a malta da Lista E do ISEG...
Depende de que serviços estamos a falar. E se "mimetismo mercantil" quer dizer melhor qualidade e mais atenção ao público, não vejo o crime.
E se permitir ao Estado poupar dinheiro para investir no que realmente interessa, ainda melhor.
Bom - por falar em rendas -, já para não falar no "rent-seeking behavior" do sector público.
Há funcionários a mais (segundo o governo) e aluga-se trabalhadores do privado... Ok.
Deviam era alugar AO privado :-)
Isto acontece, não porque haja muitos funcionários. Eles estão é mal distribuidos e são (muitos deles) maus trabalhadores... por isso é que aluga dos bons trabalhadores.
De qualquer maneira acho mal, porque o estado não é uma empresa. Não é, nem pode ser.
Bom negócio? só se for agora... Para quem lá se consegue enfiar.
ngc,
Pois é. Lista E vive hoje e sempre.
Hugo,
Não há crime nenhum: agora não te esqueças que "qualidade e mais atenção ao público" não equivale necessariamente a mercado e a sector privado. Além disso, neste último o público-alvo são os consumidores, ou seja, aqueles cuja procura é suportada por dinheiro. No sector público deveriamos ter cidadãos que acedem a bens serviços como parte de um direito reconhecido politicamente.
E depois temos o problema da provisão e das lógicas de funcionamento dos serviços. Essa é a discussão ter. Até que ponto se podem e devem importar lógicas do sector mercantil (ainda por cima de um sector mercantil altamente idealizado) para dentro do sector público?
"No sector público deveriamos ter cidadãos que acedem a bens serviços como parte de um direito reconhecido politicamente."
Dou-te um exemplo: um sector como as telecomunicações, em que o bem é quase-público, e os serviços semrpe foram pagos, mesmo em situação de monopólio público (e, durante muito tempo, os mais caros da UE, and because...). Qual é o problema entre isto ser prestado por um sector público monopolista ou vários operadores privados é um público? (tirando a melhor qualidade de serviços e os preços mais baixos, obviamente)
"Até que ponto se podem e devem importar lógicas do sector mercantil (ainda por cima de um sector mercantil altamente idealizado) para dentro do sector público?"
Isso depende dos serviços em questão, naturalmente. Mas já que falas de idealização, o que dizer da provisão do serviço pelo Estado. Ou não há nenhuma "idealização" aqui quanto ao serviço público?
Ao exemplo recente das telecomunicoes responde-se com o exemplo historico dos caminhos de ferro na gra-bretanha.
E' facil distribuir o usufruto das redes uma vez construidas. Veremos o que acontece 'as telecomunicacoes quando vier a altura para renovar a rede ou instalar uma nova.
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