terça-feira, 17 de setembro de 2024

O problema


Em resposta ao meu comentário, Pedro Adão e Silva afirma as suas certezas: “É comovente ver a forma como pessoas que nunca votaram no PS e não parece que algum dia tencionem votar têm tantas certezas sobre o que o PS devia ou não fazer. Aliás, é uma história com 50 anos.” 

Não tem grande relevância, mas já que menciona o assunto, aproveito para esclarecer: já votei no PS em eleições legislativas (era Ferro Rodrigues Secretário-Geral), em autárquicas (João Soares, em coligação) e em candidatos do PS nas presidenciais (Jorge Sampaio e Manuel Alegre). 

Apoio o PCP desde 2015 e já não conto mudar, mas o PS, tal como o BE, onde de resto militei, entre 2007 e 2014, interessam-me. Seja como for, será que um apoiante de um partido não pode avaliar outros partidos? Pedro Adão e Silva não o faz? 

Enfim, faltam argumentos e sobra uma linha em que o PS apoia o PSD sem mais, independentemente do OE, por causa do Chega, agigantando um partido em queda, dando-lhe a oportunidade de “polarizar”, como gosta de dizer. 

E não, não seria um tango: o PS ficaria a ver o PSD dançar o que bem entendesse, com a música que bem quisesse. Será que esta linha extremo-centrista se inspira na França do incensado plano inclinado Macron?

Adenda. Na foto está a primeira página do último livro de Bernie Sanders, em que este declara: é ok estar furioso com o capitalismo. Duvido que Kamala Harris o esteja. Com todas as divergências com este social-democrata, que opera num país mais recuado do que o nosso em termos de conquistas das classes trabalhadoras, reconheço que seria difícil ver um social-democrata português, exceção feita à ASD, com esta sua atitude crítica atualmente.

1 comentário:

  1. O Pedro Adão e Silva (PAS) quer um PS mais marxista (versão Groucho) para libertar o PSD do Chega e para libertarem, todos juntinhos, os lucros do IRC. O PAS quer é paz e quer um PS que afirme: estes são os nossos princípios. Se não gostarem, temos outros.

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