Fernanda Câncio, com todo o carácter de quem nada sabia antes e tudo sabia depois, “se fizesse ideia”, declarou há uns tempos que este blogue já não é “respeitável”.
Já agora, José Sócrates não foi responsável pela “bancarrota”. E isto por três razões.
Porque um Estado nunca entra em bancarrota, porque a inação objectivamente golpista do BCE foi responsável pela transmutação de uma crise financeira do liberalismo numa crise da dívida denominada na moeda que o BCE controla, se decidir controlar, e porque havia a alternativa da reestruturação liderada pelo devedor num país que, em 2011, tinha dinheiro para fazer face aos seus compromissos internos.
Além disso, escandalosos dez anos depois de ter sido preso para ser investigado, num directo televisionado que degradou a democracia, ainda não julgado, José Sócrates já mais que pagou a eventual dívida à sociedade. E isto caso se prove que tinha, de facto, dívida.
O anticomunismo primário de Câncio levou-a a colocar no mesmo plano ético Hugo Soares e Paulo Raimundo, como se desconhecesse a diferença entre estar indeciso perante o fascismo de Trump e o liberalismo que financia, arma e permite o genocídio de Kamala, ou recusar os termos dessa falsa escolha numa eleição onde, obviamente, os portugueses não votam, mas, se votassem, teriam alternativas não enterradas nesta distopia.
Enfim, Câncio representa tudo o que está mal numa certa intelectualidade luso-liberal que se diz de esquerda, mas que adora a política de direita: do deslumbramento com o poder e da arrogância moral com pés de barro à empatia selectiva com o colonialismo sionista.
Ao contrário de outras rubricas anti, esta não merece mais linhas.
"Rúbrica" não é uma palavra. A palavra é "rubrica", palavra grave.
ResponderEliminarO post dá na mouche! 100% de acordo.
Certo. Corrigido. Agradeço.
EliminarQue falta de honestidade e de memória! Na sua casa haveria dinheiro, mas não nos cofres de tudo o que era público. Tive de esperar uns meses para me pagarem uns pequenos retroactivos por não haver dinheiro. Razão pela qual a troika nos emprestou 78.000 mil milhões.
ResponderEliminarOs milhões "emprestados" não foram empregues em salários e pensões, serviram para pagar juros. Não sabes ler?
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