sexta-feira, 15 de março de 2024

Vende-pátrias


A Eletricidade de Portugal (EDP) foi uma empresa pública criada em 1976 pelo Estado democrático, integrando numa única entidade as empresas deste setor que haviam sido nacionalizadas em 1975. Toda as atividades, da produção à infraestrutura, passaram a ser controladas por um Estado que levou a luz a todo o país. 

Desgraçadamente, a EDP foi desintegrada e privatizada, num contexto de economia política crescentemente pós-democrática, entre 1997 e 2012. Há iniciativas liberais até dizer chega, portanto, desde os anos 1990. Lembro-me de um secretário de Estado da Indústria do PS que, na segunda metade dos anos 1990, declarava abrir uma garrafa de champanhe por cada empresa que privatizava. O PS privatizou mais do que o PSD, lembremo-lo. 

A República Popular da China nunca privatizou este setor estratégico, que permanece nas mãos do Estado, mas tem aproveitado a política irresponsável de países como Portugal, passando a controlar empresas na área da energia. Os chineses estudaram bem os hábitos da elite do atraso nacional e cooptam-na com avultados rendimentos, comprando a sua agenda de contactos. Agora, chegou a vez de António Lobo Xavier, na mesma semana em que sabemos que o P de Portugal pode cair: vende-pátrias.

1 comentário:

  1. O extremo centro tem vendido o país e as pessoas e ainda assim são tidos como o garante da democracia. As empresas monopolistas de bens ou serviços essenciais não são vendidas são sim dadas a quem tem a capacidade de mobilizar meios para as receber.

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